Nesta oitava semana de estágio, tivemos uma evolução significativa em relação ao desenvolvimento da linguagem no aluno ''V"(menino que usava a palavra mãe para tudo). Ele está feliz, diverte-se por descobrir que pode dizer algo em que outras pessoas esperam dele esta atitude. Ainda fala balbuciando sons incompreensíveis, mas, com uma certa insistência, decifráveis. Passou de um estágio egocêntrico para uma linguagem socializadora. "Segundo Piaget, o elo entre todas as características específicas da lógica das crianças é o egocentrismo do pensamento infantil". Percebi que devido as atividades, todas de movimento, as crianças ampliaram a noção de espaço e a relação com este, com certeza esta função é um dispositivo para o desenvolvimento e ampliação da linguagem. Percebo as crianças usarem palavras que aparentemente são erradas"para nós adultos: fazi, sabo, comei tudo, etc. Li no livro DESENVOLVIMENTO DA LINGUAGEM, ULBRA, 2008, que é a referência para toda e qualquer citação neste texto, que esta linguagem da criança em fase de aquisição, deve-se ao pricípio do processo analógico e afirma que o falante tende a tornar regular os verbos irregulares da língua. aos poucos a criança percebe que a linguá tem estruturas e regras que a regem e vai ampliando essas normas em sua fala. ''Estes ''erros", escondem uma bela linha de raciocínio linguístico". Para Vigotski, pág: 77, referência acima, ''Uma das principais fontes de motivação para aprender uma língua, é "ter de se virar". o aluno tem que ter a necessidade de se comunicar". E isso que está acontecendo com as crianças da minha turminha. Tenho conversado com os pais e estimulado esta prática, bem como na escola.
Na rodinha tivemos uma surpresa agradável: A KIKA está com uma aparência bem feminina, inconfundível, com roupas bonitas etc. Tenho usado ela como recurso para trabalhar competências e habilidades e transmitir o que desejo para meus alunos. tem dado muito certo, pois, riram muito ao contar os dedinhos da KIKA. fascinados pelo movimento de esconder e aparecer para quantificar. Depois fizeram o mesmo com os dedinhos de suas mãos. Há alguns alunos que contam até dez, claro que ainda construindo a noção de quantidade, pois, dizem a sequência dos números, sem necessariamente dois ser dois dedinhos, mas, qualquer quantia.
Um comentário:
Olá, Elisângela:
Neste teu exemplo, a gente fica entendendo melhor porque há determinados erros na fala. De fato, a criança utiliza tudo como regra e, somente, aos poucos, percebe que existem exceções, não é mesmo? Se vários verbos são regulares, parte-se do pressuposto de que todos são e por isso o "erro". É muito mais interessante e rico entendermos o que está por trás a ficar observando se o aluno sabe ou não falar direito.
Grande abraço, Anice.
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