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14 de nov. de 2010

*APRENDIZAGENS RELACIONADAS AO EIXO III DO CURSO PEAD:

Ao longo do curso PEAD, talvez por exercer docência e enquanto estudo, eu tenho a oportunidade de fazer uma reflexão teórica- prática construindo minha prática docente com base nos conhecimentos que construo e das aprendizagens que experiencio. Sempre eu tive a impressão de que as interdisciplinas vinham responder-me às necessidades e dúvidas em que iam surgindo. À medida que ia estudando os textos e realizando as atividades solicitadas, a cada novo semestre, pude crescer significativamente enquanto profissional da educação e ser humano. Um exemplo disso é a interdisciplina de Artes Visuais no eixo III do curso. “Coincidentemente”, as aspas porque não acredito em coincidências, naquele semestre, houve algumas mudanças em minha vida profissional e recebi algumas turmas de 5ª série ao 3º ano do ensino médio para dar aulas de artes e educação religiosa, pude aproveitar todas as [1]atividades da interdisciplina, bem como teoria e aprendizagens daquele semestre. Mais que isso, para mim representou um curso, oficinas que me deram suporte para exercer meu trabalho. Sem a interdisciplina, tenho certeza que não teria dado minhas aulas com qualidade. Na [2]atividade do bloco um, temática quatro, analisamos as relações existentes em cada
imagem com as questões de etnia, gênero e classe social na representação do tema família, posso dizer que direcionei meu pensamento novamente para os exemplos de famílias que meus alunos eram componentes e através deste olhar desenvolver atividades que os levaram a compreender suas novas realidades familiares que não são mais as mesmas que os seus avôs fizeram parte. Muitas vezes as crianças sentem-se como se não fossem normais, pois muitas de nossas atitudes enquanto professores ainda são tradicionais e obsoletas. Como comemorar o dia dos pais nas escolas, por exemplo, e os alunos fazerem cartõezinhos para pai que eles não têm a idéia de quem seja. A mídia para fins lucrativos ainda tenta nos impor uma idéia de família que não faz parte da realidade. E nós na frente da televisão e dos encartes de lojas sentimo-nos como ETs, com mágoa e raiva de alguém que nem sabemos o porquê nossas famílias não são àquilo lindo que aparece nos filmes natalinos. Para afirmar sobre a realidade das famílias de meus alunos baseei-me na atividade do segundo semestre de Seminário Integrador Dois onde fizemos uma [3]pesquisa para levantamento de dados da realidade de nossos alunos.
[4]No boco II, temática V, tivemos a oportunidade de estudar a história da arte, este conteúdo transmiti aos meus alunos no 3º ano do ensino médio em que na época preparavam-se para o vestibular. Acredito que fiz um bom trabalho pela sensação de gratidão daquela turma. Gostavam das aulas de artes e construímos uma relação afetiva que se manifesta ainda hoje nos Orkut e e-mail “da vida”. Tivemos ainda uma saída de campo na 6ª Bienal do MERCOSUL, por uma nova coincidência também como professora levei meus alunos do 3º ano à Bienal. As mesmas questões da minha atividade do curso PEAD, foram respondidas pelos meus alunos naquela saída de campo, ou seja, pude fazer uma relação entre as percepções de um adulto, no caso eu mesma e as de uma turma de adolescentes, meus alunos. Foi muito interessante, sendo que eu ainda tive uma maior segurança por estar aplicando um conteúdo em que eu estava estudando e dominando bem.
Convivi bem de pertinho com os desafios e preconceitos que norteiam as aulas de artes na sala de aula. Tanto alunos quanto colegas professores têm sobre as aulas de artes uma idéia de que é passa-tempo, relax ou simplesmente desenhar por que gosta. Várias vezes ouvi a expressão:\ “Nossa! Se o fulaninho tem esta nota em artes? Imagina no restante das disciplinas!\" Assim quando é feita uma proposta de trabalho sério integrando os conhecimentos em relação a arte como disciplina, isso é visto com cara feia e os alunos dizem que não gostam de artes por que não sabem desenhar. Realizei um trabalho de resgatar o conhecimento artístico como conteúdo necessário enquanto base de conhecimento tanto quanto qualquer outra disciplina. Levei os desenhos a sério como prática de uma teoria aprendida. Estudamos obras artísticas e artistas conceituados ou não. Diferentes fazeres artísticos de diferentes culturas e ainda o fazer artístico de cada aluno seja ele qual for, em qualquer aspecto e campo das artes. Seja em forma de desenho, objeto de arte, música, teatro etc.
As crianças perceberam que arte não é só desenho ou preencher um tempo que eles podem fazer o que querem. Mas uma disciplina com teorias que desenvolvem capacidades e habilidades, aprendizagem e conhecimentos. Mas o mais importante nisso tudo foram as minhas percepções nestes sentidos. Assim pude me posicionar e ser respeitada na disciplina de artes em que ministrava as minhas aulas. De certa forma enquanto crescia em vários aspectos pessoais, colaborei para que a disciplina de artes apresente seu valor no desenvolvimento das crianças e dos adolescentes.

Um comentário:

Anice - Tutora PEAD disse...

Olá, Elisângela:

Soubestes retirar deste eixo as principais aprendizagens. Percebestes não só uma mudança de conhecimento como também de postura, não é mesmo? As aprendizagens não ficaram apenas na teoria e isto é um bom exemplo de uma aprendizagens eficazes.

Grande abraço, Anice.