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15 de nov. de 2010

*RELAÇÃO SUTIL ENTRE OS CONTEÚDOS ESTUDADOS NO CURSO PEAD E OS PROJETOS DE ESTÁGIO E TCC

No meu relatório do estágio, quando um dos critérios para o projeto era nos reportarmos aos conteúdos estudados no curso PEAD, senti bastante dificuldade por não identificar o tema “o desenvolvimento da oralidade em crianças na faixa etária de dois anos de idade”. Me senti incomodada quando recebia por parte dos professores e tutores sutis mensagens e comentários buscando perceberem uma relação entre o projeto de estágio, reflexões e relatório e os conteúdos trabalhados nas interdisciplinas do curso.
A princípio pensei que o tema oralidade na educação infantil não tinha sido abordado, acredito ainda que tivemos apenas uma “pincelada” e nenhum estudo mais aprofundado. Porém o que me incomodava era ter certeza de que os conteúdos do curso foram responsáveis por minhas aprendizagens, mesmo em um tema o qual  não havia sido estudado com maior profundidade. Voltando hoje aos conteúdos estudados no curso, especificamente no eixo VI, percebo que minha formação foi construída em aspectos mais abrangentes dando me a capacidade para poder desenvolver estudos e projetos ainda não estudados. Como por exemplo, na interdisciplina de [1]DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM SOB O ENFOQUE DA PSICOLOGIA II – B (ainda no eixo VI) Iogo na primeira atividade solicitada refletimos sobre conhecimento, como ocorrem as aprendizagens e como acreditamos que deve ser o ensino nas escolas. Não há como não utilizar os estudos feitos em um conteúdo como este, por exemplo, quando trabalhamos qualquer desenvolvimento e aprendizagem com as crianças.
Relendo o conceito que define conhecimento nesta atividade e baseando-me nas experiências observando colegas nas escolas em que já trabalhei e trabalho, posso dizer que os cursos de formação oferecem muito pouco para os professores no que tange ensinar a ensinar. Não me lembro de em momento algum no curso do magistério em que fiz ter aprendido qualquer coisas referente à epistemologia genética, por exemplo. E, olha que sou nova na profissão, imaginem os colegas com formação de magistério e profissão mais antiga que a minha. Tenho observado que mesmo os colegas que tem graduação em pedagogia ou algo equivalente, não sabem nem o significado e/ou conceitos de alguns termos. Ainda hoje somos professores um tanto quanto retrógrados e não só não aprendemos a ensinar, mas o como ensinar que sabemos, nos foi transmitido culturalmente, seja com nossos professores enquanto discentes sejam nas informações absorvidas na sociedade. Trata-se de conhecimento ou falta deste, transmitido culturalmente. Porém estudando os textos no decorrer do PEAD observei que muitos teóricos vêm estudando sobre epistemologia genética há décadas. O que está acontecendo que estas teorias não fazem parte do currículo dos cursos de formação dos professores e , quando fazem, são abordados de forma “pincelada” e quando estudados mais profundamente não chegam a ser uma prática docente?
Analisando a minha prática docente posso dizer que sou um pouco empirista. Tenho traços e características nas atitudes que se assemelham a uma pedagogia empirista. Questiono-me o porquê disso. Por que a todo instante critico as minhas ações e vou fazendo dia adia a diferença. Considero-me uma professora preocupada com a aprendizagem, auxiliadora na construção do conhecimento, então, também seguindo um modelo não-empirista. Para mim o aluno já vem com conhecimentos pré-concebidos e servem como base para a construção e aquisição de novos saberes. Claro que não uma não-diretiva radical que não vá interferir na aprendizagem dos alunos. Desta vez mais diretiva acredito. É importante esta interferência auxiliando-o no processo da aprendizagem.
Tanto é cultural o ser professor que os pais desvalorizam um educador que não possui esta ou aquela informação, este ou aquele conhecimento, “Professor é um depósito de conhecimentos que transmite aos alunos se estes têm capacidade de aprender”. O professor é o sabedor, o aluno “o papel em branco que deve ser preenchido” (aspas por serem conceitos afirmativos, porém incorretos). Ainda hoje se tem sim essa noção. Quando um professor aparece vendo o ensino aprendizagem com um olhar diferente, é visto com maus olhos pelos colegas, taxado de idealista e sem noção da realidade.
Confesso que estou angustiada por que estudando a teoria relacional identifico-me profundamente como uma professora fazendo a coisa certa, considerando as fases do desenvolvimento de Piaget, etc, etc e tal.
Então, “uma luz no fim do túnel!”. O professor, além de ensinar, precisa aprender o que seu aluno já construiu até o momento - condição prévia das aprendizagens futuras. O aluno precisa aprender o que o professor tem a ensinar (conteúdos da cultura formalizada, por exemplo); isto desafiará a intencionalidade de sua consciência (Freire, 1979) ou provocará um desequilíbrio (Piaget, 1936; 1967) que exigirá do aluno respostas em duas dimensões complementares: em conteúdo e em estrutura. [2]Para Freire, o professor, além de ensinar, passa a aprender; e o aluno, além de aprender, passa a ensinar. Nesta relação, professor e alunos avançam no tempo.[3] “Uma proposta pedagógica, dimensionada pelo tamanho do futuro que vislumbramos, deve ser construída sobre o poder constitutivo e criador da ação humana” (Fernando Becker, 2001). Sendo assim, mesmo que os conteúdos estudados no curso não pareçam tratar dos temas desenvolvidos no estágio (oralidade) e no TCC (relação entre pais e professora), compreender como se dá o processo de construção das aprendizagens nas crianças, favorecem para saber como incluir a família do aluno no desenvolvimento dos projetos de aprendizagem. Se faz necessário explicar aos pais como a criança constrói o conhecimento e de que forma o ambiente familiar pode estar colaborando.


3 comentários:

Anice - Tutora PEAD disse...

Olá, Elisângela:

Entendo teu incômodo, mas estas perguntas dos tutores e professores fizeram com que tu percebeste mais ainda que as aprendizagens referentes ao teu TCC foram construídas ao longo do curso e que muitas vezes fica difícil delimitar exatamente o que auxiliou para isso.

No final da postagem a gente entende um destes caminhos, quando trazes que a compreensão do processo de construção das aprendizagens nas crianças favoreceu teu entendimento sobre como incluir a família do aluno no desenvolvimento dos projetos de aprendizagem, não é mesmo?

Grande abraço, Anice.

Anice - Tutora PEAD disse...

Elisângela:

Faz três semanas que não escreves... esperarei ainda esta semana tuas postagens, certo?

Grande abraço, Anice.

Anice - Tutora PEAD disse...

Olá, Elisângela:

Estive olhando tuas postagens e tens que realizar mais 3, ok? É o número mínimo exigido, certo?

Grande abraço, Anice.