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3 de dez. de 2009

ENÁLISE DO BLÓG DE UMA COLEGA

Quero compartilhar e deixar aqui registrada a análise da Colega Juçara de São Leopoldo sobre meu blóg. Agradecer seu carinho e parabenizá-la por suas construções e envolvimento ao longo do PEAD. Segue:

Análise do Portfólio de uma colega

O blog analisado é de autoria da colega Elisângela Garcia Rodrigues- Polo de Gravataí.
Escolhi o portfólio desta colega porque a conheço desde 2006, através de uma atividade desenvolvida na interdisciplina de ECS - Escola, Cultura e Sociedade – Abordagem Sociocultural e Antropológica. Nunca nos encontramos pessoalmente, mas desde então, eventualmente nos comunicamos pelo msn.
O blog-portfólio da Elisângela demonstra aquisição de conhecimento, análise e reflexão.
Entre agosto e novembro ela realizou 11 postagens, de forma regular contemplando todas as interdisciplinas estudadas no semestre.
Lendo as postagens fica clara a compreensão da aluna com relação as interdisciplinas estudadas, fato evidenciado nas comparações entre a teoria estudada e seus alunos*, seus dia-a-dia** e sua escola***
* Na postagem do dia 08/11, sobre a educação de surdos, com o título O Menino Selvagem ela faz uma relação entre o menino Vítor – protagonista do filme e seus alunos.
** No dia 29/09 a postagem mostra uma reflexão sobre a cultura surda e também está evidenciada a compreensão da teoria desta cultura estudada, através da descrição de encontros que ocorrrem entre a Elisângela e surdos no ônibus.
*** Ainda na postagem do dia 27/11, com o título Alfabetização na EJA – Paulo Freire e Macedo, a colega estabelece uma relação entre a teoria e a prática escolar.
Acredito que na prática quando se trata de alfabetização de adultos, os professores mesmo que se intitulem seguidores da metodologia Paulo Freire, na verdade mecanizam a função da decodificação das palavras geradoras. Palavras que deveriam ser fonte de discussões crítico-políticas acabam por limitar-se a símbolos gráficos. (Elisângela- Blog-Portfólio- 27/11)
Todas as postagens realizadas no portfólio foram comentadas e apenas em duas ocorreram dúvidas por parte da tutora e estas foram esclarecidas pela colega no próprio espaço para comentários.
Percebi que as postagens foram realizadas de forma espontânea, porém com um grande compromentimento e constantes reflexões entre a prática e a teoria.

19 de nov. de 2009

*EDUCAÇÃO CONTINUADA: NOVAS ESTRUTURAS COGNITIVAS

Confesso que estou em um momento meio que desconfortável, devo ter saído de minha zona de conforto. Lonis Jacques Fullion diz que “inovar é sair da zona de conforto”. Talvez eu esteja passando por um momento em que Pavlov explique muito bem.
O motivo de minha manifestação é algumas palestras e fóruns que venho participando. A saber:
* Videoconferência (RE) DESCOBRIR-SE: O DESAFIO DA EDUCAÇÃO, proferida pela Dra. Leda Lízia no dia 12 de novembro (último).
*9º FÓRUM DA EDUCAÇÃO_ULBRA, COMO SERÁ O AMANHÃ À LUZ DO NOVO ENEM, dia 16/11/09.
*EDUCAÇÃO EMPREENDEDORA, DESAFIO PARA A EDUCAÇÃO CONTEMPORÂNEA, 19/11/09.
Tenho brincado com a colega Vera que tem me acompanhado nesta jornada de busca pelos conhecimentos que estamos “ferradas”, começamos muito bem logo na primeira videoconferência com uma reflexão dos níveis de consciência. Na sequência no Fórum da ULBRA, a consciência do que está por trás do NOVO ENEM, uma robotização do ser humano, eurocentrismo, unificação do conhecimento enquanto seremos os formadores de indivíduos que sabem as mesmas coisas, capazes de múltiplas habilidades e competências e extremamente substituíveis, pois, em nada se diferem dos demais. Ainda na sequência, último, mas, não menos importante: Consciência de uma educação empreendedora. Como formar cidadãos com espíritos empreendedores quando se vive um momento de valores tão distorcidos? E, aqui não vamos entrar na discussão. Não se faz necessária.
Leda Lízia nos transmite noções dos níveis de consciência. Defende a Educação Continuada, “Educação como possibilidade de tornar-se homem”. “Eu acredito numa educação que forma seres humanos!” Durma com um barulho desses!
Sai da videoconferência, acredito ter, almejado os objetivos da palestrante ao ter desenvolvido o tema. Primeiramente tive de conceituar com maior clareza a idéia do que é SER HUMANO. Descobri ser um processo individual onde ninguém poderá fazer por ninguém: (RE) DESCOBRIR-SE! Não é possível falar em desafio da educação sem falar em vida. Definir VIDA como valor incondicional e inviolável, não podendo ser reduzida a apenas a dimensão biológica, se SER Humano é projeto infinito, se Educação é fazer-se homem, o que eu e você estamos fazendo para nos autoconstruirmos?
Enquanto professores pensarmos os conteúdos como meios para tornar a vida com mais qualidade; Precisamos ver as possibilidades neste mundo num contexto tão pessimista; Somos responsáveis por nossos gestos e ter espiritualidade como sentido e significado da vida; É preciso termos cuidados para não confundirmos banalização da vida sob o pretexto de desenvolvimento. Queremos investir numa educação diferenciada onde um homem é inacabado e deve trabalhar em todas as dimensões cognitivas para a sua auto-educação continuada.
E por aí vai...Ainda falando dos níveis de consciência, que 98% dos seres humanos ainda estão no nível da sobrevivência (aí o quadro de terror no mundo). Recomendo ler Leda Lízia para maiores informações.
Aí o FÓRUM...Futuro à luz do novo ENEM. Agora que a “cobra começa a fumar”. Séc. XXI: Sociedade do Conhecimento!
À partir de 2010 o ENEM terá caráter obrigatório. “Não adianta saber, é preciso saber fazer” (Perrenoud).
Glaucinéia Grohs, psicóloga e professora da ULBRA, faz um discurso que acredito não ter compreendido e peço desculpas. Falou do que está em jogo quando se discute sobre educador e o que se torna pertinente questionar. Falou algo como “Educar envolve duas posições: Um objeto e uma relação”. Falou dos medos profissionais, desses medos que “os educadores têm de renovar-se e modificar os planos curriculares...” etc, etc e tal.
Disse ainda que na sala de aula há àquele que ensina e àquele que aprende e que é difícil manter-se na posição de quem transmite os conhecimentos...Não entendi, digamos que não entendi, afinal de contas ela é Doutora.
Bem, descobri que à partir de 2010 com o NOVO ENEM deveremos transmitir conhecimentos com bases em livros didáticos (saber unificado);
As escolas terão de reorganizar-se a partir do que o ENEM oferece;
Os planejamentos serão por áreas (áreas que atendam as necessidades para o ENEM);
O ENEM como indicador: Adeus aos vestibulares.
Em 1998 o ENEM tinha o objetivo de avaliar o desempenho do estudante ao final do ensino médio. O NOVO ENEM: Forma de seleção unificada nas Universidades Federais.
Objetivos: Redefinir conteúdos;
Áreas: linguagem, ciências, matemática e redação.
Com o NOVO ENEM a indústria dos cursinhos terá de se readaptar; Ele vale como certificação do ensino médio e seus conteúdos desenvolvem indivíduos capazes de pensar com o que lhe caia nas mãos, o domínio da linguagem, compreender fenômenos, enfrentar situações problemas, construir argumentos e a capacidade de argumentação e elaborar propostas (competências e habilidades). Até aqui tudo bem não fosse o fato de que os indivíduos serão substituíveis já que terão a mesma formação e as mesmas habilidades e competências no mercado de trabalho.
Neste ponto já estou extremamente desconfortável pensando seriamente na minha responsabilidade como detentora das possibilidades de interferir neste processo assustador. Sim aqui estou assustada.
Relaxei um pouquinho no Seminário fantástico que aconteceu na PUC com o tema Educação Empreendedora. Parece que veio como respostas às minhas angústias sinalizando possibilidades de ação enquanto educadora.
Primeiramente conceituar empreendedorismo como fluído e espírito que necessita de motivação. Parece luz no fim do túnel. Podemos fazer a diferença nas escolas identificando: pessoas que resistem às mudanças; Os assuntos que são proibidos; Os anestesistas de plantão que adoram jogar uma balde de água fria nas idéias inovadoras; Os que contribuem para a percepção da inovação (não se faz sozinho); Os que impedem iniciativas; Os que impedem os outros de agirem; Os pontos de vistas que levam as pessoas a se oporem e COMBATA OS EFEITOS DA MORFINA (conforme Doutor Dornellas ia falando eu ia identificando cada um dos indivíduos que trabalham com a gente todos os dias nas escolas, foi inevitável, perdão). Ele lembrou dos pilares da educação: conhecer, fazer, conviver e ser. Senti-me bem estruturada. A frustração veio quando ele ressaltou a importância do PPP, fundamentos nos planos, clareza e práticas. Isso ainda tem muito o que de ser construído. Lembrou Moacir Gadotti quando defende Paulo Freire “A Educação é um ato Político” e o papel do educador como um agente político e que o interesse precede o conhecimento. Percebi que o professor tem a melhor matéria prima para transformar o mundo: Neurônios. Podemos influenciar na transformação do SER HUMANO. Para tanto se faz necessária atitude e força tarefa, trabalhar em equipe. Mais nos sites www.josedornelas.com, www.planodenegocios.com.br e www.pucrs.ler/nucleoempreendedor/ e www.jars.org.br
Não sei ainda como me posicionar diante de tamanhas e magníficas informações, porém sei que devo acomodar minhas novas estruturas cognitivas e com certeza disso, uma nova consciência e postura diante da vida_NOVAS ESTRUTURAS COGNITIVAS.

11 de nov. de 2009

*PEAD

Só para recordar...Hoje com alegria deparei-me com uma postagem antiga do wiki de adoção dos novos "BIXOS" do PEAD 1/2007. Quero compartilhar com todos e convidar para uma reflexão pelo que conquistamos todos juntos. Segue:
"Olá novos bixos! Imagino como estão se sentindo, por que já passei por esta fase. Posso dizer que é apenas isso, uma fase e que passa à medida que nós avançamos em busca do conhecimento e nos aprofundamos nos objetivos e conseqüentemente superamos as dificuldades.
Acredito que há em nós muito mais condições de cuidarmos de nós mesmos do que possamos imaginar, e que nosso destino depende de como usamos os potenciais que temos.
Todos nós, alunos do curso PEAD, profissionais da educação, de uma forma ou de outra, almejávamos um curso acadêmico que ao mesmo tempo em que, nos proporcionasse o conhecimento, valorizasse o conhecimento que adquirimos em nossa formação prática em sala de aula.
É extremamente frustrante ir em busca de formação e ser tratado como se nada soubéssemos, principalmente quando muitos de nós trabalhamos há muitos anos com educação. Ter a idéia de que nada sabemos apesar de muitas vezes nos darmos muitos bem no exercício de nosso ofício.
Iniciamos este curso com muitas expectativas, porém logo no início percebemos que não se tratava de nada convencional ou parecido com qualquer curso que tínhamos tido contato até então.
Logo ouvimos falar no tal de, Blog tics, senhas que deveríamos decorar (jamais imaginei que um dia saberia de cor o número de minha identidade). Webfólio então? Que loucura. E a quantidade de professores e tutores que precisaríamos conhecer sem os vermos regularmente. Esse povo da ufrgs estava doido. Nós? Nem tínhamos computadores, como iríamos fazer uma faculdade pela tal da Internet? Como os professores nos avaliariam se não teríamos que fazer provas, nem tínhamos caderno?
Foi um corre, uma loucura, às vezes parecia que iríamos pirar. Comprar computador, Internet e depois aprender a ligar a máquina que tem tantas teclas, para que, sei lá, brincar eu acho. Mas quem tinha tempo para brincar? Casa, trabalho, filhos, maridos, contas, namorados, ex-maridos, trabalhos a postar. Estes, como fazê-los? Qual a minha senha mesmo? Passar 8 horas seguidas em frente ao computador e no final descobrir através do e-mail que tutores e professores não conseguiam ver nosso trabalho feito até... Bonitinho...
Em seguida foram à vez de apresentarmos nossas escolas. Por que não vieram pessoalmente teríamos o maior prazer? Não, foi necessário aprender a postar fotos, imagens e a pesquisarmos a história de nossas escolas. Que frustração, fotos que iam, fotos que ficavam e nem nossas eram. Como pararam lá? Para onde foram às fotos que tivemos tanto trabalho para conseguir? Fazer, refazer, e não é que às vezes até se conseguiu?
Ah! Tínhamos que aprender, mas, quem nos ensinaria? Ah! A tal forma inovadora em que deveríamos buscar o conhecimento. Entendemos, mas como fazemos para saber? Ah! Fazendo! Agora sim, entendemos".

8 de nov. de 2009

*O MENINO SELVAGEM (EDUCAÇÃO DE SURDOS)

Esta é uma postagem de análise da história da educação dos surdos e o filme "o menino Selvagem". Acho interessante compartilhar esta reflexão para pensarmos tanto quanto mais, sobre nossa postura enquanto professores à respeito dos surdos.
Cratylus de Plato, 368 ac, já sinalizava a importância e necessidade que nós seres humanos temos de nos comunicar, cita um diálogo entre Sócrates e Hermógenes fazendo uma observação da linguagem dos sinais usada entre surdos-mudos. O menino selvagem, quando encontrado não tinha essa necessidade, uma criança de onze ou doze anos que foi capturada num bosque, tendo vivido afastado da sua espécie e ficando depois à guarda do Dr. Jean Itard, pois não tinha nenhuma experiência com outro ser humano até então e havia desenvolvido habilidades de conviver consigo mesmo e o ambiente sem precisar de outrem. Isso me leva a pensar que as estruturas cognitivas que não estão construídas não são reconhecidas pelo cérebro e não despertam na consciência, não existem. Por outro lado o menino possui habilidades desenvolvidas as quais nós civilizados jamais possuiremos, desenvolveu estruturas cognitivas conforme as necessidades. Muitas vezes com nossas crianças em sala de aula desejamos que elas aprendam determinadas coisas que parecem não despertar nenhum interesse, as crianças, aparentam não ter a consciência do que estamos falando. Quem sabe não se trata disso? Não faz parte do mundo e da realidade delas e por isso, alguns conceitos e algumas estruturas cognitivas devem ser desenvolvidos de um ponto mais primitivo.
As tentativas de fuga do menino selvagem mostram sim as necessidades que possuímos de estar “em nosso mundo”, voltarmos ao que somos e ao que “nos pertence”, à nossa realidade. Lembro então de Paulo Freire e sua metodologia de ensino baseada na percepção de mundo e a realidade dos alunos com os temas geradores, “conhecer o mundo e refletir sobre ele para compreendê-lo e transformá-lo”. Assim como o menino selvagem, os surdos-mudos eram objeto de estranheza na sociedade desde a idade média até os dias de hoje. Quando entramos em um ônibus e nos deparamos com alguns passageiros comunicando-se por LIBRAS, ficamos perplexos e admirados. Tudo o que é diferente sempre foi encarado com muita dificuldade pelas pessoas. Compreender e buscar conhecer o diferente elimina os preconceitos e passamos a interagir e nos comunicar com naturalidade.
No filme o menino foi tratado como um anormal. O que é normal e o que é anormal? O menino não era agressivo, só teve seu desenvolvimento estruturado de acordo com seu mundo. É diferente com cada um de nós hoje? Não. Jean Itard, apesar de suas boas intenções e interesse em compreender o menino, compreendia suas funções em educá-lo, ou seja, transformar sua natureza na que ele acreditava ser o Normal. Todo o tempo tentando modificar sua personalidade selvagem. Com o passar do tempo o menino, por conviver com outros seres humanos começa a ter a necessidade de comunicar-se, um exemplo é ele pegar uma tigela e levar até a governanta para demonstrar que estava com sede, porém ainda devido a necessidades. O que é importante escrever é a forma com que Victor dispusera-se em observar, aprender e seguir as vontades e ordens de Itard, isso se deve ao afeto e carinho com que construíram uma relação afetiva. Assim podemos lembrar em sala de aula que as relações afetivas estão diretamente ligadas à aprendizagem e como disse Itard “cada obstáculo superado prepara para o seguinte”, lembro-me então de Piaget e sua teoria de desenvolvimento em que cada estrutura cognitiva é base para aproxima. Como toda a criança Victor é naturalmente curioso e está deve ser nossa consideração ao prepararmos e planejarmos as atividades de aula. Não concordo com a pressão e insistência até a exaustão com que Itard conduziu seu método, muitas vezes Victor conseguiu ou não realizar o que lhe era solicitado, não por ser aprendizagem adquirida, mas, como ato mecânico por que foi obrigado a agir assim.
Acredito que muito se tem feito ao longo da História para buscarmos compreender os surdos, desde quando eram encarados como doentes mentais passando depois a serem vistos como deficientes físicos e agora como indivíduos capazes de qualquer habilidade que um não surdo, inclusive a linguagem e comunicação. No entanto ainda estamos engatinhando em relação a convivermos e nos relacionarmos com naturalidade, nos comunicando e estabelecendo laços e relações sem barreiras do preconceito e ignorância.

Webgrafia:
C:\Documents and Settings\elisangela\Desktop\o menino selvagem.htm

C:\Documents and Settings\elisangela\Desktop\historia_surdos.htm

25 de out. de 2009

PLANO DE AULA 2º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL

Quero compartilhar um plano de aula que tem desencadeado mais do que uma mudança de atitude em meus alunos, um novo olhar e comportamento em relação ao sexo oposto (meninos x meninas) para resolver conflitos, próprios da idade, na sala de aula e brinadeiras no pátio da escola.

PLANO DE AULA PARA O 2º ANO DO ENSINO FUNDAMETAL

A) Nível/ Etapa de Ensino: Alunos na etapa de desenvolvimento Silábica alfabética e alfabética.

B)Conteúdos: Leitura na etapa de alfabetização e relacionamento entre colegas.
Tempo Estimado: Uma aula.
Material necessário: Texto (cantiga de roda).

C) Justificativa:
* Devidos alguns conflitos nas relações meninos x meninas (próprias da idade), desenvolver e estabelecer outras formas de relacionamento de forma afetiva. Lançar um olhar amistoso construindo uma relação amigável entre os alunos.
*Acionar estratégias de leitura que permitam descobrir o que está escrito e onde (seleção, antecipação e verificação).
*Estabelecer correspondência entre a forma sonora e a escrita do texto.
*Usar o conhecimento sobre o valor sonoro das letras (quando já sabido) ou trabalhar em parceria com quem faz uso do valor sonoro convencional (quando ainda não sabido).

D) Roteiro das atividades:
*Discussão;
*Hora de cantar;
*Produção textual;
*Leitura;
*Sistematização;
*Jogo;

1ª Etapa_ Discussão:
Conversar com os alunos sobre a maneira correta de relacionar-se entre colegas e sobre as consequências das “briguinhas”.
2ª Etapa_ Cantar com as crianças a música “Terezinha de Jesus”. A professora inicia o canto e as crianças vão automaticamente unindo-se a ela à medida que aprendem a letra e ritmo.
3ª Etapa_ Produção textual coletiva:
A professora reproduz no quadro a letra da música sendo ditada pelos alunos.
“Terezinha de Jesus”
Terezinha de Jesus
De uma queda foi ao chão
Acudiram três cavalheiros
Todos chapéus na mão.
O primeiro foi seu pai,
O segundo seu irmão,
O terceiro foi aquele
Que a Tereza deu a mão. (Canção popular) Disponível em:
http://caracol.imaginario.com/fonosfera/sion/terezinha.html
4ª Etapa_ Leitura:
Leitura coletiva observando o som e grafia das palavras do texto (música) com ênfase na identificação das sílabas através da sonorização durante a leitura.
5ª Etapa_ Atividade de Sistematização:
Objetivos:
*Identificar as sílabas das palavras observando os sons estruturando o processo de decodificação;
Após os alunos terem copiado feita a produção e cópia da música, deverão fazer uma análise mais detalhada da mesma com os seguintes exercícios:

a) Contornar as sílabas das palavras com lápis de cores, cada uma com uma cor diferente.
b) Colocar no final de cada verso o número de sílabas correspondente.
c) Interpretar a música através de um desenho. As crianças devem imaginar as situações descritas na música e desenhá-las considerando os valores identificados na canção por meio de diálogo: ajuda mútua, disposição para cooperar, disposição para pedir ajuda quando necessário, diferentes relações de afeto (familiares e amizades) e gratidão. Os desenhos serão expostos num painel com o título de SOMOS AMIGOS.
6ª Etapa_ Jogo:
Objetivo: Oportunizar o contato físico entre meninos e meninas de forma a valorizarem a relação afetiva entre coleguinhas.
Os alunos fazem um grande círculo em sala de aula contornando as classes, todos de mãos dadas. A professora fica inicialmente no centro do círculo interpretando a “Terezinha de Jesus”. Ao final da cantiga de roda a professora escolhe um menino para substituí-la no centro da roda e dar sequência à brincadeira e assim segue sucessivamente uma menina escolhendo um menino e um menino escolhendo uma menina até todos serem escolhidos e escolherem.
Uma variação é brincar no pátio da escola levando os alunos a considerar esta brincadeira na hora do recreio ao invés de ficarem brincando de outras brincadeiras agressivas que podem machucar.
Avaliação
Registrar as observações sobre a participação dos pequenos: quais foram às pistas utilizadas e como eles justificaram escolhas. Anote também quais foram as intervenções mais importantes para a orientação da turma. Essas observações são fundamentais para a compreensão do processo de desenvolvimento da alfabetização, bem como, da construção e estruturação das relações estabelecidas entre os alunos.

16 de out. de 2009

*PENSAMENTO E AÇÃO NO MAGISTÉRIO


Quero sugerir a leitura de um livro de Moacir Gadotti: “CONVITE A LEITURA DE PAULO FREIRE” ele descreve a alfabetização segundo Freire tendo como base palavras geradoras. Freire ouvia os diálogos e linguagens dos analfabetos, anotava tudo a fim de compreender o “mundo dos analfabetos”. Com isso desenvolveu uma técnica de alfabetização que além de decodificar o meio em que viviam, os alunos desenvolviam um pensamento crítico em relação a este meio com estruturas capazes de modificá-lo e entendê-lo. Assim sendo a alfabetização surgia como uma conseqüência da tomada de consciência. “Este contesto figurativo dava sustentação psicológica à palavra na mente do analfabeto”.
Ex. de como trabalhar uma palavra geradora:
_palavra SALÁRIO
_DISCUSSÃO
_FINALIDADE DA DISCUSSÃO (PROPÓSITO E VISÃO COM BASE NA AÇÃO)
_ENCAMINHAMENTO DA DISCUSSÃO ( PROCESSO DA DECODIFICAÇÃO PROPRIAMENTE DITA)
Paulo Freire ainda insiste que não inventou um método novo de alfabetização, considera que isso é inerente ao homem / aprender. “Nesse processo em que o homem apreende a si mesmo e aos outros, existe a mediação do mundo”.

FONTE: GADOTTI, Moacir. CONVITE À LEITURA DEPAULO FREIRE. Pág. 37. Série pensamento e ação no Magistério. Editora Scipione.

29 de set. de 2009

*CONVERSANDO COM SURDOS


Não conheço nenhuma pessoa totalmente surda. A minha sogra tem um grau de deficiência auditiva e para escutar bem precisa usar aparelho. No entanto nem acha tão necessário assim e praticamente não faz uso do aparelho preferindo que as pessoas tenham que falar mais alto do que precisam e repetir as coisas ditas a ela.
Minha opinião sobre surdos é a mesma que tenho sobre qualquer desafio que qualquer pessoa tem que enfrentar em relação a tudo na vida. Acredito que os surdos que tenho visto no dia a dia nos ônibus e em lugares públicos são bem resolvidos quanto a sua diferença. Esta semana mesmo eu encontrei uns 10 jovens surdos dentro do ônibus indo à Gravataí, talvez para a aula ou algum curso, não perguntei. Porém conversando com eles através da linguagem de sinais (muito pouco o que aprendi nesta interdisciplina até agora), ele me perguntou se no outro dia eu pegaria o mesmo ônibus, isso significa que a rotina deles é sempre a mesma. Pedi que me ensinassem e à princípio não se mostraram dispostos. No entanto disse a eles que eu era professora, que estava no início de um curso de libras e aí então foram bastante cordiais e pacienciosos. Tinham que repetir os sinais várias vezes para que eu pudesse entender e eu de minha parte usava o alfabeto manual. O mais interessante foi a sensação de ser muito fácil a comunicação com eles e me perguntei por que nunca havia passado por esta experiência antes. Como temos medo do que não conhecemos. Acho que deveríamos divulgar muito mais a cultura surda, pois, perdemos muito em não agir com naturalidade e interagir como qualquer diferença que todos possuímos. A impressão que tenho é que nós que escutamos temos mais limitações que eles e somos mais “deficientes” que os surdos porque eles comunicam-se com muito mais eficiência do que nós e podem fazer qualquer atividade, porém nós que ouvimos nem sempre nos entendemos na comunicação e somos muito mais limitados. Particularmente estou apaixonada pelas descobertas nesta interdisciplina e tenho intenção de fazer mais cursos para trabalhar como professora nesta área.
Os aspectos da cultura que deveriam ser mais divulgados são suas práticas sociais e competências e habilidades profissionais, pois, as pessoas que não são surdas não têm noções destas e por isso ficam alheias e ignorantes por constrangerem-se em não poder comunicar-se com eles. Caso tivessem mais informações assim como estamos tendo nesta interdisciplina, sentiríamos vergonha por não ter iniciado estas relações com os surdos que tanto significam um movimento em construção para uma humanidade mais humana.

27 de set. de 2009

* ALFABETIZAÇÃO NA EJA_ PAULO FREIRE E MACEDO

Acredito que na prática quando se trata de alfabetização de adultos, os professores mesmo que se intitulem seguidores da metodologia Paulo Freire, na verdade mecanizam a função da decodificação das palavras geradoras. Palavras que deveriam ser fonte de discussões crítico-políticas acabam por limitar-se a símbolos gráficos. Por isso tantas discussões a respeito do desinteresse dos alunos da EJA em ver os estudos como movimento de resgate da cidadania.
Para Paulo Freire a “linguagem e poder estão... entrelaçadas”. É a linguagem instrumento de ação e função do indivíduo para construir sua identidade social. Se esta na escola não for instrumento desta ação, os alunos adultos não vêem a escola com a importância que têm as suas necessidades de sobrevivência. A metodologia de Freire proporciona à educação as condições para a crítica e ação social, no entanto deve ser desenvolvida pelos professores da EJA com compromisso de teoria x prática. Fragmentos da metodologia fazem do sistema de ensino uma continuação da educação exclusiva a qual estes alunos experienciaram toda a vida escolar.
A colega Jaqueline, no fórum da interdisciplina da EJA, coloca seu pensamento de indignação quando descreve a palavra DEVERIA diversas vezes ( ao falar de método de alfabetização de adultos). É uma pena que quando discutimos educação tenhamos que usar termos que não refletem uma realidade animadora. Muito se tem discutido e teorizado ao longo dos séculos. Um exemplo disso é o fato da teoria de Comênio ser tão atual, quase podemos dizer que é pós-construtivistas. Também Freire e Macedo são apontados como instrumentalizadores de uma docência com base na relação teoria x prática, conceituam a alfabetização como competências culturais que determinam ações do educando com o mundo. Significa processar condições onde o indivíduo aprende a situar-se no tempo e espaço, identificando se como membro de um grupo e desencadeando interesses em modificá-lo num exercício de liberdade humana. O texto nos remete a um plano de ação tal a urgência numa metodologia que realmente atenda as necessidades e características do aluno EJA, começo então, a compreender a profundidade e complexidade da função do planejamento em nossa prática docente. Somente um plano de ação bem estruturado, consciente de nossos objetivos, traçado num desenvolvimento de transformações, poderemos vislumbrar reflexos do conceito literal da palavra DEVERIA. Agora como um DEVER e não mais como uma meta não alcançada.
Apoio Giroux quando ele diz que “o professor não pode assumir um papel de intelectual crítico dedicado a uma pedagogia da alfabetização e da voz, a não ser que existam as condições ideológicas e materiais adequados para dar sustentação a este papel”. Poucas vezes vi textos que não deposita no professor uma responsabilidade pelo sucesso da educação como único agente transformador. É bom ler alguém que tem a visão do ponto de vista prático e real da sala de aula. A educação é o que é por que falta esta estrutura para que o professor possa desenvolver seu trabalho com a liberdade de quem vê os resultados contemplados de seus objetivos.

26 de set. de 2009

* Letramento e as práticas de alfabetização na escola.

Quero compartilhar com todos minha reflexão sobre a pergunta àbaixo, atividade da interdisciplina de Linguagem e Educação, porque a própria afirmação da autora nela contida me deixou angustiada porque não acredito que seja a realidade dentro de uma sala de aula.
No Texto – Modelos de letramento e as práticas de alfabetização na escola (KLEIMAN, 2006).


Por que a autora afirma que a escola, sendo a mais importante agência de letramento, não se preocupa com o letramento social e sim apenas com um tipo de letramento, o escolar?
Já sabemos que quem fala não necessariamente lê e /ou escreve. Uma coisa nem é interligada a outra. Sou professora de alfabetização e tenho alunos que lê muito bem, mas na hora de escrever ainda estão no nível silábico. Ainda, não se fala apenas com a voz, mas com inúmeros instrumentos de linguagem que transmite uma mensagem e faz comunicação. Surdos “falam” através da linguagem dos sinais. Imagens, placas, cenas, braile: “falam”.
O conceito de letramento tem haver com o desenvolvimento social e identidade nacional, não basta ler e escrever, é necessário à intercomunicação do leitor e escritor numa ação ativa no processo de desenvolvimento de identidade social. Percebo alunos que são letrados antes mesmo de serem alfabetizados. Em atividades orais posicionam-se criticamente e interpretam textos e imagens de forma correta como se estivessem decodificando os símbolos gráficos. Assim como alunos alfabetizados que não conseguem fazer interpretações e formatar, nem mesmo conceituar mensagens transmitidas pelas ferramentas da comunicação.
KLEIMAN, 2006, quando fala das práticas de letramento na escola, faz referência a atividades escolares que não desenvolvem no aluno a construção de textos argumentativos que demonstrem posicionamentos e ação reflexiva. Tenho visto diariamente colegas questionar-se sobre estes novos alunos que em nada se parecem com os alunos que tinham no início de suas carreiras. Os professores têm o mesmo método de ensino de antes, os conteúdos são praticamente os mesmos e, no entanto alunos chegam ao ensino médio sem conseguirem fazer uma interpretação correta de um texto simples. Os professores não sabem o motivo disso tudo. Eu acredito que trabalham da mesma forma que antes e, há uns 10 anos atrás tínhamos alunos críticos e conscientes de sua identidade e identidade social, não é culpa das escolas e professores que estamos tendo uma demanda de indivíduos que não conseguem construir o raciocínio lógico quando os professores, instrumentos de aprendizagem e escola são as mesmas. É nosso dever reverter este quadro, mas, na prática em sala de aula vejo os professores perplexos por que os alunos, em alguns casos não possuem um raciocínio lógico quase que primitivo para compreender o que lhes cerca. Atividades para a superação de desafios eram desenvolvidas pela mesma faixa etária de alunos que hoje não têm estruturas cognitivas para desenvolvê-las. Detalhe: A professora que não compreende este fenômeno é a mesma que formou indivíduos com estruturas cognitivas bem avantajadas e profissionais com inteligência admirável. Não sei se respondi a questão e posso ser interpretada como quem não a compreendeu. No entanto não vejo a escola como quem “não se preocupa com o letramento social e sim apenas com um tipo de letramento, o escolar”. Esta não é a realidade.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
KLEIMAN, “Modelos de letramento e as práticas de alfabetização na escola”, EIXO 7 interdisciplina eduad037 – linguagem e educação, MÓDULO 2, PRÁTICAS DE LEITURA, ESCRITA E ORALIDADE NO CONTEXTO SOCIAL TEXTO 2, 2006.

22 de set. de 2009

* EDUCAÇÃO PARA A LIBERDADE



Gramsci observa a alfabetização muito mais como uma ferramenta política do que realmente a função de ensinar um individuo a ler e escrever. Acredito que sim a escola é um meio de repreensão social onde massificamos a identidade social formando pessoas que são a reprodução das intenções corruptíveis da elite que governa o país. No entanto não é essa a prática dentro de uma sala de alfabetização. Literalmente um educador quando desenvolve o processo de alfabetização com uma criança, está construindo com ela conceitos que decodificam os símbolos da leitura e escrita. Talvez usa como ferramenta de trabalho textos sugestivos que incutem idéias que formam bons profissionais para atender ao mercado de trabalho e funcionários padrões que enriquecem o bolso do patrão. Porém, estes textos prontos quase nunca são apresentados aos alunos, nem mesmo as cartilhas e livros didáticos têm muita função real na alfabetização. Os professores trabalham muito com materiais didáticos concretos como, por exemplo, palavras e frases construídas pelas próprias crianças. Talvez a criatividade e autonomia vão aos poucos desaparecendo nas séries seguintes. Naturalmente a criança é co-autora de suas produções sejam elas de que aspecto for tanto mais nova ela é. Aí poderia concordar com Gramsci que à medida que acriança permanece na escola, o letramento possui cada vez mais uma tarefa ideológica.
Sou uma educadora que acredita no que faz mais do que uma profissão, missão ou dom, ser professora se confunde com minha identidade. Quem sabe um dia nossa prática em sala de aula e todo o sistema educacional seja um exercício de liberdade. E, acredito nisso se não com certeza. Quem sabe um dia poderemos discernir muito bem os interesses ideológicos políticos e a escola esteja na função de formar através de uma educação crítica e que desenvolva a autonomia, cidadãos conscientes e transformadores da realidade, com práticas em movimentos sociais que resgatem a identidade social de cada indivíduos. Para tanto temos que como professores buscar nossa própria formação com base em conhecimentos e estes como instrumentos de transformação.O QUEM SABE UM DIA REFLETE UM MOVIMENTO A CAMINHO DO PROPÓSITO QUE ALIMENTA AS MINHAS ESPERANÇAS, CRENÇA BASEADA NO QUE É PALPÁVEL E VISÍVEL.
Gramsci visível em : http://pead.faced.ufrgs.br/sites/publico/eixo7/eja/a_alfabetizacao_e_a_pedagogia_do_empowerment_politico.pdf

15 de set. de 2009

* EJA



Realizamos uma atividade em grupo na interdisciplina de EJA. Meu grupo é formado por mim e as colegas: Sabrina, Jaqueline, Liege e Adriana (Grupo 1).
Nesta atividade foi feita a leitura do parecer com as diretrizes e bases para a educação de jovens e adultos.
Esta atividade foi particularmente muito interessante de ser realizada, pois, não tínhamos experiência com a EJA (Educação de Jovens e Adultos). O que pensávamos como verdades a respeito desta modalidade de ensino foi aos poucos dando lugar a reflexões mais profundas e baseadas agora na teoria. Tivemos de reformular nossos conceitos e encararmos a EJA com a devida importância já que tem como alunos jovens / adultos excluídos de uma ou outra forma da sociedade. Jovens que têm que retornar aos estudos por que o mercado de trabalho exige uma melhor qualificação. Nem sempre a qualificação para o trabalho é o motivo para a volta à escola, algumas donas de casa que não terminaram o ensino fundamental na idade regular, vêem nos estudos uma oportunidade de reconstruírem sua auto-estima resgate de sua formação pessoal. Os filhos já estão crescidos e exigem dos pais uma maior formação cultural. Outros ainda têm que retornar à escola por exigência do conselho tutelar, determinação judicial, etc. São em geral alunos que já sofreram diversas formas de discriminação e não fazem parte de uma comunidade ativa nas transformações sociais.
Para esta modalidade de ensino se faz necessária diferentes abordagens e até mesmo conteúdos. Deve-se levar em consideração que os alunos já possuem experiências e uma bagagem cultural, embora única, que faz parte das mesmas discriminações e preconceitos da sociedade que cada vez mais exclui ao invés de proporcionar oportunidades de interesses destes grupos carentes de uma identidade social.
O que se constata é cada vez mais os jovens adultos populares estão mais excluídos segregados e estigmatizados e não estão através da educação sendo inseridos na sociedade. Pesquisas mostram que a proposta da EJA não teve os resultados esperados (Miguel Arroyo, 2008- 67ª Plenário do Fórum Mineiro de EJA). Estes jovens não têm perspectivas de vida, não há trabalho para eles e não estão tendo oportunidade de formação profissional. Os alunos da EJA ainda estão carentes de políticas nacionais de integração, de participação no trabalho, na riqueza, na cultura e no conhecimento.
“... poderia se ampliar para uma educação que vise à inserção mais critica do cidadão no mundo do trabalho?...” (Denise). Quem trabalha com estes jovens deveria ter bem clara a realidade em que vivem, seus objetivos e, traçar projetos de trabalho que os levam a compreender, analisar e também construir planos de ação. Estes, quando trabalhadores, atuam no mercado informal sem nenhuma segurança que lhes garanta sentir-se parte da engrenagem que tem os direitos e assistências garantidas por leis. Devem-se evitar discursos do futuro, para estes, o futuro é muito distante e o presente é maior do que conseguem administrar. “Quando viver significa ter o que comer e até estas bases são incertas, incertezas invadem seu viver”. Os currículos não foram elaborados para estas situações, ainda repetem uma idéia de família feliz, tradicional e empregos seguros. Ou seja, uma fantasia oposta à realidade dos alunos da EJA. Trata-se de oferecer conhecimentos que lhas respondam às suas indagações, que lhes permita pensar neles indivíduos num coletivo, que lhes dê mais opções na forma de trabalho em que atuam, “fortalecer trabalhadores com consciência, conhecimento e saber”.
Seria possível imaginar outras formas de organização e, portanto, de processos tanto de produção no trabalho quanto na escola, através da consciência e estudos baseados em Movimentos Populares. Alunos da EJA com uma consciência coletiva, analisando, projetando e atuando nas transformações sociais.


Referências:
ARROYO, MIGUEL. Balanço da EJA. O que mudou nos modos devida dos Jovem-adultos populares?
Veja:
http://forumeja.org.br/go/files/Balan%C3%A7o%20da%20EJA%20-%20Arroyo.pdf
http://groups.google.com/group/parecer-CEB-11-2000-grupo-1?hl=pt-BR
Parecer CEB no 11/2000 – Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação de Jovens e Adultos . Relator: Carlos Roberto Jamil Cury
http://pead.faced.ufrgs.br/sites/publico/eixo7/eja/links.htm

7 de set. de 2009

*APRENDER COM OS OUTROS


Antes de esperarmos que uma criança seja capaz de desenvolver atividades e na relação com o outro aprender, precisamos observar e trabalhar no sentido de desenvolver habilidades e competências cognitivas como descentração, egocentrismo, cooperação e autonomia, estruturas consolidadas mais ou menos quando o indivíduo chega à adolescência. Ninguém melhor de ser citado quando discutir a profundidade do "Aprender com os outros" do que Jean Piaget . Para ele o sujeito só conseguirá interagir com o outro numa relação de cooperação construindo aprendizagens, após ter uma certa estrutura cognitiva. Isso me faz pensar em sala de aula quando percebemos que certas crianças têm dificuldades em brincar com os coleguinhas, desenvolver uma atividade em grupo, jogar com outros participantes e até mesmo aceitar a ideia e opinião do outro. Temos de ter um olhar muito perceptivo para identificar as verdadeiras razões em que se desencadeiam situações de conflitos em sala de aula. Até mesmo situações em que nossa proposta de atividade não tem o sucesso almejado a princípio. Tentemos a culpar as crianças por não terem desenvolvido a atividade como orientamos sem perceber que na verdade são necessárias certas “estruturas cognitivas". Piaget fala “de um longo processo de descentração de cada um dos participantes para a distinção dessa alter idade".
Um aspecto muito importante na consolidação dessas estruturas cognitivas é o afeto. Para este teórico o desenvolvimento cognitivo e a afetividade não se dissociam no indivíduo, “no comportamento concreto do indivíduo são indissociáveis” (PIAGET, 2001, p. 19). Tenho uma aluna que só se interessou pela escola e a aprendizagem quando resolvi testar o caminho de desenvolver nela a auto-estima. Com isso ela percebeu em mim alguém que estava preocupada e queria o melhor para ela. Esta menina aprendeu a ler e escrever num espaço de tempo de mais ou menos 2 semanas de aula e esta base de aprendizagem lhe dá estruturas para compreender os conteúdos mais complexos. Isso é visto claramente por que tem mais irmãos nas mesmas condições que ela e não conseguem aprender.
Outro ponto importante na consolidação de estruturas cognitivas é a capacidade de descentração. Somente quando o indivíduo vê fora de si mesmo é que pode desenvolver a cooperação ( operar com) desenvolvendo a autonomia e assim ser agente na aquisição da aprendizagem. Quanto é importante nós professores compreendermos estes conceitos na ação de sermos educadores.

FONTES CONSULTADAS:
*CAPÍTULO 2.2 DA TESE APRENDIZAGEM AMOROSA NA INTERFACE ESCOLA – PROJETO DE APRENDIZAGEM – TECNOLOGIAS DIGITAIS, por Luciane M. Corte Real no PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO DA UFRGS – PGIE/UFRGS, 2007.
* C:\Documents and Settings\elisangela\Meus documentos\Jean Piaget - Wikipédia, a enciclopédia livre.htm
*C:\Documents and Settings\elisangela\Meus documentos\APRENDER COM OS OUTROS.doc

30 de ago. de 2009

*CONHECIMENTO NÃO OCUPA LUGAR


Minha mãe dizia esta frase todos os dias de minha vida enquanto eu ia crescendo fisicamente e em conhecimentos.
Muitas vezes me vi pensando sobre a tal frase que não queria calar. Por que ela tinha que repetir isso sempre que eu achava uma coisa muito difícil de se aprender? Quando eu lhe dizia que não sabia fazer uma coisa que ela mandava fazer, ela respondia: _ É uma ótima oportunidade que você tem de aprender. Bá, essa era”pra matar”. Nunca consegui argumentar isso.
Hoje tentei compreender o por quê sou tão apaixonada pelo conhecimento e pelo aprender, surpreendentemente lembrei de minha mãe dizendo...”O conhecimento não ocupa lugar... é uma ótima oportunidade de você aprender...” Percebi que ela estava me ensinando que posso aprender qualquer coisa e que a função maior do ser humano é aprender sempre. É graças a ela que sou a professora que sou e os meus alunos conseguem acreditar que é possível aprender, mais do que isso, é possível ser apaixonado pelo conhecimento. A vida é muito surpreendente mesmo! Semestre passado eu realizei algumas atividades na interdisciplina de Questões Étnicas Raciais, onde eu descrevia minhas características e apontava que em nada eu me parecia com minha mãe. Sou obrigada a rever meus conceitos mais uma vez, descobri hoje que o que tenho de mais bonito como característica de personalidade que é o amor pelo conhecimento, foi obra de minha mãe. Sei que não conseguirei transmitir com minhas palavras o quanto isso significa para mim quando com certo orgulho não me considerava nem parecida nem tendo trazido comigo algo de minha mãe. Aí Deus diz: _ Tens dela e deve a ela o que é e o que considera mais especial em tua vida!
Deixo este recado a todos que consideram ter suas opiniões já formadas e conceitos já definidos como verdades absolutas em si mesmas.
Lendo o texto “O menininho” de Helen Buckley eu compreendi que ao contrário do que eu pensava que minha mãe muito pouco havia sido presente na minha formação e nada eu devia a ela pela pessoa que sou hoje, descobri que minha mãe sabiamente agia de forma a desenvolver em mim quem SOU. OBRIGADO MÃE.

27 de jun. de 2009

EDUCAÇÃO E CIVILIZAÇÃO PARA A HUMANIZAÇÃO


(homenagem aos meus avós que nesta foto com minha filha representam a idéia de Kant: Disciplina, e Adorno: Autonomia, no desenvolvimento do SER HUMANO.)
No seguinte trecho, segundo ADORNO (1974, p. 4), “[...] eu ousaria acrescentar que nossa sociedade, embora se integre cada vez mais, incuba simultaneamente tendências desagregadoras [...]”. Por outro lado, Kant faz referência a um projeto educativo cosmopolita. Qual a relação entre esta idéia de projeto e as tendências mencionadas por Adorno?
Elisângela: Kant refere-se à educação como processo de humanização enquanto que Adorno fala de educação como civilização. Quando Kant defende a idéia de uma educação cosmopolita refere-se a um processo de humanização do ser humano como um todo e em si mesmo. Veja Kant: “Pode-se buscar o começo da humanidade num estado bruto ou num estado perfeito de civilização”. Fala de “começo” por entender a humanização como um processo, refere-se ao estado “bruto”, nos dando a idéia de ingenuidade, pureza de índole e caráter bem como um espírito e mente ainda não corruptível ou volta em si mesmo para um estado de consciência tal que se inicia em si mesmo um processo de humanização pelo conhecimento e transformação pela clareza que este pode ser. Enquanto que Adorno nos chama a atenção do estado de loucura que a educação / civilização pode ser. O ser humano dotado de tal conhecimento que entra em colapso, desequilíbrio e desarmonia com o seu ser mais profundo: Humanidade. Há estes dois paradoxos. Civilização pode iniciar um processo de humanização como dês humanização, estado bruto de ser pode ser um estágio humano bem como animalesco. Se pensarmos nas pessoas que conhecemos no decorrer de nossa vida, podemos referir-nos a este ou aquele como alguém que é humano de caráter e personalidade, porém não possui a educação enquanto civilização. Até justificamos que está em estado bruto no processo de desenvolvimento e podemos até Admirá-lo como SER HUMANO (no conceito de Kant). Enquanto que conhecemos pessoas que são civilizadas, possuem educação e podemos conceituá-las como seres corruptíveis que não parecem SER HUMANOS.
Adorno fala de uma desagregação em função da civilização referindo-se ao processo de loucura e dês humanização que este pode desenvolver no SER HUMANO que em estado “bruto” tinha princípios e essência de SER HUAMNO. Kant defende que uma educação cosmopolita pode resgatar o SER HUMANO enquanto membro de HUMANIDADE. O primeiro refere-se à civilização e educação como razão oposta à humanização. O segundo refere-se à educação e civilização como consciência e razão = a humanização.
Kant fala muito em disciplina, Adorno invoca a idéia de estimular a autonomia Qual seu ponto de vista em relação a estes dois conceitos?
Elisângela: Kant refere-se à disciplina como processo de formação do SER HUMANO. A disciplina num processo de transformação e desenvolvimento para se chegar a um estágio de consciência e humanidade enquanto um ser dotado de razão e em processo de evolução no sentido de tornar-se a sua essência de humano. Disciplina para Kant é proporcionar a criança condições de estruturar o seu desenvolvimento e evolução. Por exemplo, ele acredita na educação em que a criança construa e estrutura a sua liberdade, que ela própria pode ser autora de sua formação, disciplinar a criança mostrando-lhe os valores e princípios fazendo com que ela internalize obtendo uma consciência. Quando uma criança inicia as primeiras manifestações da linguagem e a mãe compreende que ela quer água, por exemplo, mostrar a criança que ela mesma subindo em uma cadeira e dispondo de uma certa força pode satisfazer a sua sede, ensina para ela muito mais que condições e possibilidades, ensina que é digna de confiança, ensina que a ama de tal maneira que deseja a sua capacitação, que a quer apta e preparada para construir a própria vida. Ensina que apesar de a criança ser autora tem a mãe como companheira, ali presente, digna de confiança, porém apostando e acreditando na capacidade da criança. Adorno fala que a pessoa que não reconhece vínculos ou compreende mais ou menos este conceito está constantemente em crise de comando. Esta pessoa não vai desenvolver a autonomia e não só não saberá compreender o conceito e importância de comando como vai buscar constantemente uma voz de comando. Acredito que a criança que descrevi desenvolve e estrutura em si mesmo o conceito de autonomia bem como de comando. Vai saber se posicionar enquanto autora e co-autora na vida. Reconhece a importância do comando e sabe posicionar-se como autora (arrasta uma cadeira mesmo sem saber caminhar vai usá-la como instrumento de apoio, saberá localizar a água, saberá traçar estratégias de ação para alcançar seus objetivos e sentirá a satisfação de saciar a sede e a consciência de suas potencialidades tendo a mãe como comando).
Sempre me questionei se a educação que dei e dou às minhas filhas é a correta, pois, vivenciei uma série de conflitos bem difíceis quando minha filha aos 12 anos de idade entrou na adolescência. Por sorte estou no PEAD e neste processo estudamos o desenvolvimento do SER HUMANO em todas as interdisciplinas. Elas me ajudaram a compreender, construir e reconstruir meus conceitos. A situação da criança que descrevi acima aconteceu comigo e minha filha. Lembro-me ainda hoje quando ela conseguiu dizer com alguns meses de vida, já se arrastava por tudo, o código “GÀ” = água. Fui até a cozinha com ela e ia lhe mostrando o que fazer: ela tomou água e eu ainda fiz “uma festa” por ela ter conseguido. Nas primeiras vezes seguidas, sempre que ela queria água demonstrava para mim por que queria que eu repetisse os comandos até um dia em que eu a surpreendi em cima de uma cadeira encostada na pia tomando água.

Avaliação das perguntas feitas a mim pela colega Vick:

Amei! Desculpem-me as informalidades, mas, quando li estes dois textos de Kant e Adorno compreendi sob um outro ponto de vista. Vi Adorno preocupado com o resultado da civilização desencadeando a loucura e chamando a atenção para que barbáries como a de Auschwitz não se repita e a importância de estudarmos coisas como deste tipo para desenvolver a consciência e compreendermos os seus significados. Através do estudo respondendo a estas duas perguntas reconheço Adorno referindo-se ao desenvolvimento da autonomia, a força para a reflexão, para a autodeterminação, para a não-participação. Ou seja, ele aponta um caminho.

Antes destas questões enviadas a mim pela colega entendi Kant conceituando SER HUMANO, SELVAGERIA e mostrando um caminho de educação e civilização no processo de busca pela humanização. Agora vou mais longe percebendo Kant descrevendo o caminho e o processo de humanização. Vi com outros olhos conceitos como autonomia e disciplina. Agora disciplina como algo importante, facilitador e fundamental para se desenvolver a autonomia numa ação reflexiva e consciente. Disciplina como norteadora, moldando a moral e princípios de valores e prudência. Kant ainda refere-se à formação como conhecimentos que proporcionam o desenvolvimento desta prudência, depois segue com a moral que só pode ser estruturada sob princípios do reconhecer, só se reconhece pela formação e embasada em conhecimentos, a fundamentação do senso comum, explica-se aqui a educação cosmopolita. Destaca a importância do respeito às fases de desenvolvimento referindo-se a insignificância de as características de um adulto manifestas em uma criança e as de uma criança manifestas em um adulto.

13 de jun. de 2009

TRABALHO EM EQUIPE NA MODALIDADE À DISTÂNCIA_ UMA COMPETÊNCIA A SE DESENVOLVER.

Este artigo escrevemos como conclusão do curso "TRABALHO EM EQUIPE_UMA COMPETÊNCIA A DESENVOLVER"

Elisângela Rodrigues Garcia*; Iara da Veiga**; Maria Jaqueline Alves***; Verônica Bopsin****.


Para reinventar-se é preciso pensar: isso, aprendi muito cedo.
Pensar é transgredir.
Lya Luft*****


Resumo:

Acredita-se que cada vez mais os cursos na modalidade à distância têm usado como recurso, no processo de desenvolvimento das aprendizagens, trabalho em equipes também na modalidade à distância. A falta de habilidades com os meios de comunicação e falta de entrosamento dos membros da equipe, são os principais motivos de desistência dos alunos matriculados nestes cursos. Este artigo apresenta alguns recursos facilitadores: programas, páginas da web, meios on-line de comunicação e exemplos de trabalhos em equipe bem sucedidos. Alguns trabalhos referentes a este tema, apresentam apenas conceitos e possibilidades de trabalho em equipe na modalidade à distância. Esta abordagem apresenta uma visão de equipe que supera as dificuldades encontradas, ainda cita os próprios meios de superação dos desafios. Discute os aspectos positivos destes recursos na rapidez da troca de informações. Discute também a qualidade e intensidade das inter-relações desenvolvidas durante o processo.

*Professora. 1º e 2º ano do Ensino fundamental de nove anos, E.E.E. Médio Mario quintana. Pedagoga em formação (UFRGS), Pólo Gravataí. Aluna do Curso: Trabalho em Equipe na Modalidade À Distância (UFRGS). E-mail: el.is.garcia@hotmail.com
** Psicóloga, Guia de turismo em formação, Aluna do Curso: Trabalho em Equipe na Modalidade a Distancia (UFRGS) E-mail: gostodeperfume@hotmail.com
*** Profissional autônoma, Guia de Turismo em formação, aluna do Curso: Trabalho em Equipe na modalidade a Distancia (UFRGS) E-mail: jaquelinealves_rs@hotmail.com
****Contadora e Professora Ensino Médio, Cursos Técnicos e Cursos Livres Profissionalizantes. Contadora e Psicopedagoga. Aluna do Curso: Trabalho em Equipe na Modalidade a Distância (UFGRS) E-mail: veronicabop@hotmail.com
***** Lya Fett Luft (Santa Cruz do Sul, 15 de setembro de 1938) é uma romancista, poetisa e tradutora brasileira. É também professora universitária e colunista da revista semanal Veja.

Enfatiza a formação estruturante no processo de desenvolvimento do trabalho em equipe na modalidade à distância. Trabalho em Equipe_ Uma Competência a se Desenvolver, que identifica os problemas e soluções mais comuns encontrados por alunos, à forma com que foram formadas as equipes e ainda descreve a trajetória das participantes do grupo no desenvolvimento deste artigo que é por si só um exemplo de trabalho de equipe na modalidade à distância com a experiência de utilização do ETC. Também, uma pesquisa é enviada a todos os contatos de dois endereços eletrônicos de membros da equipe e postada como tópico no fórum do ETC. O enfoque desta era sobre os motivos de desistências em cursos. As descobertas são no mínimo intrigantes, pois, a maioria das pessoas entrevistadas nunca fez cursos à distância, nem sequer ouviram falar apesar de serem internautas e conviverem bastante com o meio virtual. Os que têm a experiência, a maioria supera as dificuldades. Os que desistem é pela falta de entrosamento e comunicação. Quando não desiste a maioria conseguem superar as dificuldades.
Através de trabalhos já realizados em outros cursos e outras equipes, considera quais/como as ferramentas colaboram para o desenvolvimento da competência para o trabalho em equipe.
Palavras-chave: Meios; Possibilidades; Integração; Dificuldades; Superação;

1) Introdução

Os trabalhos em equipe na modalidade à distância tem sido um desafio que muitas vezes é motivo de desistências de alunos em cursos que aderem a este recurso. Este artigo tem um caráter funcional e instrumental. Apresentam-se dados que possibilita professores e tutores obter uma visão do ponto de vista discente. Os alunos têm um estudo formador com subsídios estruturantes e auxílio na formação das equipes.
Sua leitura é uma atividade a serviço da estruturação e produções dos trabalhos de equipes na modalidade à distância. Não há como escapar, quem busca constantemente o crescimento e capacitação profissional, em algum momento vai se deparar com estes. A idéia aqui é desmistificar preconceitos e mostrar com uma linguagem leve e informal as possibilidades e aspectos positivos, as dificuldades e superação na busca de conhecimento.
As dificuldades são apenas competências ainda não desenvolvidas. Pessoas que estão em constante aperfeiçoamento, reciclando-se e renovando-se com novos cursos e especializações têm maior chance de manter a sua empregabilidade. No entanto mais do que isso as empresas procuram profissionais que agreguem valor. Em um mercado competitivo, elas escolhem os melhores candidatos para fazer parte de suas equipes. São escolhidos aqueles que apresentam competências e habilidades como: qualificação, criatividade, inovação, flexibilidade e capacidade em trabalhar em equipe. A questão não está apenas em conseguir um emprego, mas garantir a empregabilidade, ou seja, ser empregável. Acredita-se que não há sentido em rotular um curso como sendo presencial ou à distância. Os conhecimentos, quando tem como motivação o interesse dos próprios alunos, vão além dos solicitados pelos currículos. A formação teórica em cursos à distância, muitas vezes, alcança níveis mais elevados do que nos presenciais. A autonomia também é bastante privilegiada na modalidade à distância.
Entende-se que as relações estabelecidas entre colegas e professores, podem ser mais intensas e efetivas, conceituando-se diferentes e não menos estabelecidas.
“Alguns não sabiam nem ligar o computador quando o curso iniciou. Mas, sobre tudo, a teoria, os textos, e tudo que foi proposto como atividades, desenvolveram em todos os participantes do grupo novos conhecimentos. Conhecimentos que os tornou capazes, de observar, analisar, tirar proveito das novas experiências, organizarem as idéias, debater, pesquisar e questionar suas práticas como educadores. Essa troca de experiências e opiniões entre colegas é fundamental, porque encoraja e os faz ir mais longe.”
Não há razões para desistir de um curso quando os motivos são a falta de habilidades com as ferramentas na informática e a impressão que em um trabalho em equipe à distância não pode haver entrosamento e sucesso no alcance dos objetivos. Experiências neste campo mostram que é possível tornar os participantes mais unidos e engajados a fazer as atividades, buscando o conhecimento todos juntos. Muitas vezes até maior engajamento do que nas formas tradicionais em salas de aula. Uma amostra disso está no blog em uma postagem de setembro de 2006 “Nós temos sentado dia após dia, compartilhando nossas vidas, nossos sonhos, nossos medos, nossos erros. Continua me assustando como você que um dia foi estranho, tenha se transformado em um de meus mais queridos e estimado amigo. Você é tão importante para mim como qualquer de
Elisângela, (2006). Perspectivas do Grupo. Potifólio de Aprendizagem. Dezembro de 2006. Disponível em: http://elisufrgs.blogspot.com/2006/11/perspectivas-do-grupo.html

meus amigos pessoais...”!Disponível em:
(http://elisufrgs.blogspot.com/2006/09/ns-temos-sentado-dia-aps-dia.html)
Tentativas apenas de estimular colegas a não desistir dos cursos por que não conseguem transpor as barreiras virtuais não dão muito certo já que na modalidade à distância estes devem entrar e se logar nos ambientes virtuais para lerem as mensagens de motivação. Poucas são as respostas veja a postagem “PARCERIA” (PEDRINHO: Viver é simples, os adultos é que complicam tudo. Profº Jorge Neiman_ Conhecendo E Se Encantando Pela Vida.) sem nenhum comentário em:
*http://elisufrgs.blogspot.com/2007/11/parceria.html;
* “COLEGAS VAMOS LÁ CONTANDO UNS COM OS OUTROS VAMOS EM FRENTE COM FÉ” http://elisufrgs.blogspot.com/2006/10/colegas-vamos-l-contando-uns-com-os.html

2)Fundamentação teórica
Meios
“A Educação a Distância (Ead) no Brasil tem crescido substancialmente, tanto em qualidade como em quantidade. Esse crescimento, que acompanha uma tendência mundial, é apoiado pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação (Brasil, 1996), que em seu artigo 80 estabelece:”
Alunos que se dispõe a “fuçar”, mexer, explorar com uma postura de ação, adaptam-se aos ambientes virtuais construindo a inter-relação e a aprendizagem.
Claparéde defendia uma abordagem funcionalista da psicologia, pela qual o ser humano é, acima de tudo, um organismo que funciona... Defendia o estudo dos processos psicológicos como funções de adaptação ao ambiente, afirma Regina Campos.
Esse raciocínio levou Claparéde a formular a lei da necessidade e do interesse, ou princípio funcional, que o tornou conhecido. Segundo ela, toda atividade desenvolvida (...) é sempre suscitada por uma necessidade a ser satisfeita e pela qual ela está disposta a mobilizar energias. O interesse é considerado a tradução psicológica da necessidade do sujeito, explica Regina Campos. (...)
É a necessidade que põe em movimento os indivíduos – animais e homens – e que faz vibrar os estímulos interiores para suas atividades, escreveu Claparéde. É isso que se pode notar em todo lugar e sempre, exceto, é verdade, nas escolas, porque estas estão fora da vida.
Um curso que é inserido na rotina, no cotidiano sem necessariamente o aluno se desatribuir de suas funções rotineiras é o conhecimento sendo construído na ação Vida. Claparéde ainda dizia que a aprendizagem se da pela resolução dos problemas. À medida que as dificuldades encontradas vão sendo superadas em uma atividade solicitada por um curso à distância o saber vai adquirindo uma função funcional e um fim em si mesmo. O conhecimento é construído, isso se da frente aos ambientes virtuais.
“Se fizéssemos como as crianças, que não têm medo e aprendem o que precisam o micro não seria motivo de angustia”, afirma Paulo Perissé, líder pedagógico da Escola internacional da Bahia, em salvador.
“Vale a pena exercitar a dinâmica de formar grupos”. Na interdisciplina de Organização e Gestão da Educação, nos foi pedido que, em grupo, fizéssemos uma linha de tempo (...). Estudar as Constituições de 1934, 1937, 1946, 1967 e 1988. Até aí tudo bem se não tivessem nos apresentado o tal de programa "xislyn" (XTIMELINE). “Passei vários dias tentando...”, postagem no blog:
http://elisufrgs.blogspot.com/2008/10/tutorial.html

2.1) Recursos para a realização dos Trabalhos:
2.1.1) PBWIKI
O PBwiki é uma ferramenta eletrônica para construção de páginas web de fácil manejo e uso por usuários leigos. Ela permite que múltiplos usuários editem e alterem seu conteúdo através de um sistema de Login. Os Wikis criados são públicos e/ou podem remeter a outros sites, seu funcionamento é semelhante ao da Wikipédia e destina-se a construção de páginas web de forma colaborativa. Dado o atual estágio de desenvolvimento do suporte informático e a proliferação crescente de cursos na modalidade a distância torna-se, cada vez mais presente, a necessidade de se buscar ferramentas que permitam o trabalho colaborativo entre alunos, tutores e professores destes cursos.

__________ FERRARI. Márcio (2004). Grandes Pensadores ÉDOUARD CLAPARÈDE. Um pioneiro da psicologia das crianças. Revista Escola. Editora: Abril. Novembro de 2004. Pá. 31. Disponível em:
http://revistaescola.abril.com.br/edicoes/0177/aberto/mt_243235.shtml
Tori, R. (2002). Teorias Aspectos Teóricos e Filosóficos (Por). Revista Brasileña de Aprendizaje Abierto y a Distancia - A Distância que Aproxima. Dezembro de 2002. Disponível em:
http://www.abed.org.br/publique/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?UserActiveTemplate=1por&infoid=608&sid=69

Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/PBwiki
Exemplo de Wiki com trabalhos postados: http://elisangela.pbwiki.com/
Wiki_ instrumento de Interdisciplinas dos cursos disponível em:
http://peadgravatai5.pbwiki.com/
2.1.2) BLÓG
Um blog é um site de fácil utilização, onde você pode postar rapidamente o que pensa interagir com as pessoas e muito mais. E tudo isso é GRÁTIS. Crie um blog em: https://www.blogger.com/start?hl=pt-BR
Exemplo de Blog com Trabalhos postados: http://elisufrgs.blogspot.com/;

2.1.3) GOOGLE GRUPOS
Os Grupos do Google foi concebido para ajudar o usuário a encontrar outras pessoas com os mesmos interesses, acessar informações e comunicar-se de forma rápida e fácil por e-mail e pela web.



Criação de página: crie páginas da web sozinho ou com seu grupo. Sua página é hospedada no próprio grupo. Personalização: selecione imagens, cores e estilos para dar a seu grupo um visual único. Compartilhamento de arquivos: faça upload e compartilhe seus trabalhos com outros membros do seu grupo. Perfis dos membros: saiba mais sobre outros membros do seu grupo.
Disponível em: http://groups.google.com/intl/pt-BR/googlegroups/overview.html
Trabalho em Equipe no grupo Google disponível em:
http://groups.google.com/group/trabalho-em-equipe?hl=pt-BR

2.1.4) WIKISTÒRIAS
Wikistórias é um objeto para a construção colaborativa de textos e hipertextos.
Usa como estrutura de suporte o aplicativo wikispaces, que provê gratuitamente as ferramentas e a hospedagem de um wiki na rede. O projeto deste objeto de aprendizagem foi criado dentro da perspectiva primeira de aproveitar aplicativos e outros materiais existentes na rede, mesmo com as limitações que isso possa trazer. Disponível em:
http://emlivre.wikispaces.com/file/view/WIK.doc
Exemplo de trabalho no Wikistórias:
http://inwikistorias.wikispaces.com/Elisangela

2.1.5) ETC

O editor é baseado na teoria piagetiana na qual se entende que o conhecimento ocorre pela interação entre sujeito e objeto, e que não se encontra pré-existente em nenhum dos pólos, mas sim, na interação. Por isso, suas funcionalidades tornam possível o máximo de trocas de idéias entre os autores do texto, sem deixar de respeitar o tempo, a individualidade e os processos de cada um. Seu objetivo é tornar o trabalho colaborativo e/ou cooperativo de acordo com a preferência do usuário. As funcionalidades estão disponíveis em:
http://homer.nuted.edu.ufrgs.br/etc/ajuda/ajuda_etc.pdf

2.1.6) XTIMELINE

Xtimeline é um recurso colaborativo para elaboração de linhas do tempo.
O autor da linha do tempo define se seu trabalho será público ou restrito a grupos de amigos, pode permitir ou não que outros usuários completem as informações colocadas.
A linha do tempo pode ser inserida em blogs e sites.
Disponível em: http://www.xtimeline.com/explore.aspx?t=20&c=7&l=pt&p=2

2.2 Possibilidades de Integração

A implicação mais óbvia a respeito das inteligências múltiplas (Howard Garner 1980) é que há talentos diferenciados segundo atividades específicas. Então, todos da equipe de trabalhos têm sua contribuição. Quando superados os desafios, a satisfação do dever comprido é agregada ao prazer das novas conquistas e a descoberta que se pode não saber, mas é real a possibilidade de se aprender. “Não há erros, e sim fases em que nos encontramos sempre em busca dos objetivos, o "erro" não é erro e sim ensaio de um processo para alcançarmos o conhecimento...”.
Garcia. Elisângela R. (2007). Inventário_2007. Pbwiki. Agosto de 2007. Disponível em: http://elisangela.pbwiki.com/inventario_2007

Os mais usados:
2.2.1) SKYPE
Descrição: O Skype é um programa para conversas de voz e vídeo ao vivo através da Internet! Permite também conversar utilizando o teclado e enviar/receber arquivos. Você pode conversar gratuitamente com até 5 pessoas ao mesmo tempo (conferência) em qualquer lugar do mundo que também possua acesso Internet e o Skype instalado. Possui lista de contatos para que você possa cadastrar seus amigos e também permite realizar buscas por país, sexo, cidade etc. Há também o serviço que lhe fornece um número de telefone fixo, através do pagamento de uma pequena anuidade, para que você possa receber no Skype chamadas originadas de telefones comuns! As ligações de micro para micro são gratuitas. Baixe o programa e cadastre-se em: http://www.skype.com/intl/pt/

2.2.2) MSN.
O MSN Messenger é um dos softwares de mensagens instantâneas mais utilizadas no mundo e é o favorito no Brasil. No MSN é possível participar de conversas com mais de uma pessoa, mesmo que algumas delas não estejam em sua lista. Disponível em:
http://www.infowester.com/dicasmsn.php

2.2.3) E-MAIL.

E-Mail ou Correio Eletrônico é um serviço disponível na Internet que possibilita o envio e o recebimento de mensagens ("mails"). Para usar esse correio é necessário ter um endereço de e-mail, algo parecido com: seunome@nomedoseuprovedor.com.br. Conhecendo-se o endereço eletrônico da sua caixa postal, qualquer pessoa poderá enviar uma mensagem (e-mail) para você. Assim, qualquer tipo de informação pode ser enviada/recebida. Para ter acesso a esse serviço é necessário ter um endereço eletrônico (ou conta) de e-mail.
O endereço eletrônico (e-mail) é um endereço, único no planeta. Disponível em:
http://www.ufpa.br/dicas/net1/mailtipo.htm
“Manipulando-se os meios de comunicação é possível ampliar o diálogo entre alunos e seus professores e assim reduzir a distância transacional.” Michael G. Moore (Moore, 2002).

2.3) Trabalhos Realizados em Equipe na Modalidade à distância:
(Parâmetros para destacar os resultados que podem ser alcançados).
2.3.1) Wikistórias. Esta página de edição coletiva funcionou como um fórum onde colegas postaram suas histórias e reflexões na profissão de educadores: “Beatriz, temos muitos caminhos para trilhar. Isso é só o começo. Já deu para sentirmos o que virá pela frente... Todos temos nosso tempo, também passo muitas dificuldades com ele! Mas o importante é que continuemos no barco (...) Paulo Freire nos presenteia com essa fala: "quando entro na sala de aula devo estar sendo um ser aberto..." Stela Maris Dias Arroio do Sal TC” em:
http://inwikistorias.wikispaces.com/Sala+02

2.3.2) Wikis coletivos. Outro exemplo de um típico trabalho de equipe na modalidade à distância: atividade da Interdisciplina de matemática do curso PEAD (UFRGS). É possível postar trabalhos e comunicar-se com os membros de equipe bem como tutores e professores. Veja:

Paula
Mar 31, 7:44 pm
Logged In User Olá Meninas. Procurem arrumar a Side bar de você pra que fique o link DIRETO pra página de matemática do Wiki de vocês, onde estão as atividades... Facilita o trabalho e a organização ok? Se precisarem de ajuda, contactem-me no skype: Paula. Pead ou MSN... Aproveitem pra dar uma passadinha nas nossas dicas também, no wiki de matemática. Bom trabalho pra todas!
Disponível em:
http://peadmatalvoradag1.pbwiki.com/
Projeto de Aprendizagem: Psicologia da Vida Adulta. Simone Bicca. Fátima Westeuser. PROJETO TEMÁTICO. GRUPO Um. TEMA: DEPENDÊNCIA QUÍMICA NA VIDA ADULTA Disponível em:
http://grupo1dependenciaquimicanavidaadulta.pbwiki.com/
Projeto de Aprendizagem. Ciências Ser Humano. Projeto: ARREPIO_ "Por que a pele fica arrepiada e sentimos um calafrio quando ouvimos algo que nos emociona? GRUPO: 11”. Disponível em:
http://serhumano.wiki.zoho.com/PROJETO-DE-APRENDIZAGEM.html
2.3.5) História da educação no Brasil (linha de tempo). Trabalho realizado em grupo.
Disponível em: http://www.xtimeline.com/timeline/1-2
Estas são práticas que demonstram que quando se aceita transgredir barreiras os resultados são as metas e objetivos alcançados com um índice bastante satisfatório.

3) Experimentos:

Para começar este artigo foi formulada uma espécie de hipótese: A dificuldade encontrada pelos alunos em realizar Trabalhos em Equipe na modalidade à distância é um dos motivos de desistência nestes cursos.
As medidas são:
*Índice de desistências;
*índice de superação das dificuldades;
* Identificar as dificuldades e grau na ordem em que se apresentam;
*Identificação das medidas de superação e o grau na ordem em que são tomadas;
Para tanto, foi feito: A pergunta no fórum do ETC e respondida pelos colegas de curso “Trabalho em Equipe uma competência a se desenvolver” e para os contatos on-line no MSN; A enquete pelo MSN e contatos através do e-mail.

3.1) EXPERIÊNCIA DE UTILIZAÇÃO DO ETC:
Nenhuma das autoras deste trabalho conhecia o ETC (Editor de Textos). Este recurso foi apresentado no curso “Trabalho em Equipe_ Uma Competência a se desenvolver” (UFRGS), ministrado pela professora Claudia Zank. O recurso foi usado para desenvolvimento das atividades na modalidade à distância. Seus ambientes compõem os instrumentos necessários para o estudo e alcance dos objetivos do curso. Os textos na biblioteca, o fórum com os tópicos de discussão e construção do conhecimento. O texto de edição coletiva, a formação dos grupos de trabalho e todas as suas funcionalidades foram instrumentais nas aprendizagens e nas competências e habilidades desenvolvidas. Competências e habilidades construídas no processo de participação das quatro aulas (duas presenciais e duas na modalidade à distância) muito bem elaboradas. Tanto as dificuldades de comunicação, técnicas referentes à informática e específicas referentes ao currículo, foram sanadas através dos ambientes virtuais de comunicação on-line: MSN e e-mail. Veja:
(11h50min) IARA: mas o que eu estou a vendo perguntar é
(11h50min) IARA: sobre as 4 perguntas de desistência ou não
(11h51min) IARA: não estou a vendo fazer as perguntas da enquete
(11h51min) IARA: assim
(11h51min) IARA: ela é eu estamos fazendo a mesma coisa
(11h51min) IARA: estes números que temos
(11h52min) IARA: são sobre as perguntas de desistência ou não
(11h52min) Elisângela: a enquete já foi mandada por vcs por e-mail certo?
(11h52min) Elisângela: quando obtiver respostas salvar em um arquivo
(11h52min) Elisângela: a da desistência ela ta fazendo no MSN
(11h52min) Elisângela: ela ta fazendo as duas pesquisas
(11h52min) Elisângela: vc vai descrever a experiência da pergunta da desistência
(11h53min) Elisângela: ela não ta fazendo on-line a da enquete por q esta foi mandada por e-mail
(11h53min) IARA: ah ta
Inicialmente foi estudado como escrever um artigo. Foi montado o “esqueleto” que foi colocado no ETC para servir de orientação Os textos disponibilizados na biblioteca do ETC foram subsídios s e conhecimentos teóricos.
As discussões no fórum possibilitaram a compreensão teórica sobre Trabalhos em Equipe.
No fórum do ETC foi colocado o tópico que juntamente com as entrevistas com contatos on-line pelo Messenger fez-se a seguinte pergunta: _ Você já desistiu de algum curso por que lhe foi solicitado trabalhos em equipe na modalidade à distância? Qual o motivo?
Veja exemplo da pergunta feita no MSN:
IARA(F) diz (15h37min): Você já desistiu de algum curso por que lhe foi solicitado trabalhos em equipe na modalidade à distância? Qual o motivo? Sim= * Não= * desistiu por outro motivo+ **** Nunca participou de cursos nesta modalidade=****
Tati SECAC diz (15h38min): Na época da faculdade, pela modalidade do curso ( Pedagogia com ênfase em Informática educativa) participei de várias disciplinas na modalidade a distância.
Os dados foram colhidos no fórum, MSN e e-mail, cujas respostas compõem os resultados.
O grupo se sentiu muito satisfeito no uso desta ferramenta quanto a sua disposição de tarefas e possibilidades de comunicação entre os participantes. No entanto sentiu grande dificuldade nas tarefas que se referem exclusivamente a edição do texto. Ao grupo pareceu que faltam recursos (ou são desconhecidos) nas opções em escrever o texto coletivo. Como por exemplo: opções de tipos de letras, tamanho, correções etc.

3.1.1) PERGUNTA NORTEADORA

Tópico para Trabalho em Equipe no fórum do ETC
EX:

Tópico Autor Mensagens Última Mensagem

Você já desistiu de fazer algum curso por este requere atividades na modalidade à distância?
ELISANGELA GARCIA
10 16/01/2009 às 17h53min: 27
por MARIA JAQUELINE ALVES

Resultados:grafico 1
Número de pessoas entrevistadas: 77
Nunca teve esta experiência =57; Teve esta experiência e nunca desistiu =15; Teve a experiência e desistiram =5


Obs: Tenho os gráficos da pesquisa em breve acrescentarei-os aqui.



3.2) ENQUETE:
1) Você já desempenhou trabalhos em equipe na modalidade à distância?
2)Encontrou dificuldades? Se sim? Quais as dificuldades que você encontrou? Cite no mínimo três na ordem crescente de maior ou menor grau de dificuldade:
3)As dificuldades foram superadas? Se sim, qual (quais) foi (foram) a(s) forma(s) de superação? Se não? Explique:
4)A composição dos membros das equipes foi feita de forma pré-determinada por algum critério alheio a sua vontade ou foi possível a livre escolha por afinidade?
RESULTADOS:
Número de entrevistados: 11


Grafico 2
Quanto ao Índice de superação das dificuldades:
10% responderam que a maioria das dificuldades foi superada;
20% disseram que algumas dificuldades foram superadas;
10% responderam que as dificuldades não foram superadas;
60% sim, disseram que as dificuldades foram superadas.
Desafios em ordem de grau dificuldade:

Gráfico3
21% acreditam que o tempo é um fator de desafio;
33%; acreditam que a falta de entrosamento é a maior dificuldade;
17% dos entrevistados acreditam que a falta de comprometimento dos membros da equipe é o fator de maior dificuldade;
29% apontam que dificuldades na comunicação é o maior desafio
Formas de superação dos desafios em ordem de grau de aplicação.

Gráfico 4
Quanto à superação dos desafios:
34%, intensificar a comunicação;
18% apontam a deliberação de tarefas como fator de superação;
8%, que as dificuldades não foram superadas;
8% acreditam ser o comprometimento o fator responsável;
8% ainda, apontam à valorização mútua;
8% dizem que a Organização é responsável;
8% mencionam perseverança e disciplina e;
8% Apontam a cooperação como fator de superação dos desafios.
5.) Considerações Finais:
Discussão
Superar as dificuldades e propor-se a prosseguir, os resultados dos trabalhos são importantes aprendizagens e conhecimentos adquiridos e construídos que vão muito além dos estabelecidos nos currículos dos cursos à distância.
As dificuldades na intercomunicação virtual são os principais motivos que levam a desistência dos cursos.
Descobertas recentes contrariam crenças antigas de que o cérebro mantém o potencial de evolução por toda a vida e que as funções das regiões lesionadas podem ser assumidas por outras desde que estimuladas, diz Márcio Ferrari na revista Escola em novembro de 2006, pág. 14. Então? Quem realiza um trabalho m equipe na modalidade à distância concorda que este pode ser extremamente estimulante. “Estou apaixonada”, diz Iara, Psicóloga, Guia de turismo em formação, Aluna do Curso: Trabalho em Equipe na Modalidade a Distancia (UFRGS), numa conversa de MSN, referindo-se a este artigo quando estava sendo escrito.
Ficam evidentes as variações de conceitos dos alunos antes e depois da realização dos trabalhos. A escolha em agir é o elixir que resulta na realização de trabalhos bem executados.
Sob a influência dos demais membros da equipe, o indivíduo eleva seu potencial para resolver problemas administrando os diferentes pontos de vistas. A educação e as oportunidades que encontram, levam as pessoas a desenvolverem suas capacidades inatas. É necessário mudar os procedimentos em função das descobertas. Ter os recursos virtuais como novos instrumentos de identificação e de reflexão sobre o desenvolvimento das potencialidades. É o papel da informática no ensino formando alunos com prazer de aprender.
Objetivo: Levar alunos, ainda inseguros, a confrontação de suas verdades, sem negar as facetas problemáticas das idéias ou as discordâncias entre diferentes (pré) conceitos. Pela natureza de suas descobertas os trabalhos dos alunos executados em equipes na modalidade à distância, favorecerem uma visão integral de cada indivíduo e a valorização da auto-estima.

6.)Conclusão:
Bastante curioso que uma das características deste trabalho inicialmente tenha sido a confusão, quase a desordem, as idéias pouco ordenadas e discussão no MSN. A dificuldade inicial de criar um esquema coerente e concreto de execução. Não se sabia ao certo o que se queria provar. Foi descoberto então que “Esta é uma das formas pelas qual a pesquisa começa”. Bachrach, Arthur J. Introdução à pesquisa psicológica. São Paulo, 1975. Pág. 5.
As dificuldades mais citadas pelos alunos na execução dos trabalhos são: a falta de entrosamento entre os membros da equipe; dificuldade em se comunicar; o tempo que deve ser reservado para a execução dos trabalhos e a comunicação com os colegas e o comprometimento de todos no processo. Aos que prosseguem e superam os desafios por meio de: intensificação da comunicação, deliberação das tarefas aos colegas mais ausentes, através do comprometimento maior de todos, valorização mútua, perseverança e disciplina na organização do trabalho e a cooperação de toda a equipe o índice de desistência é mínimo.
Com isso, se pode dizer que alunos que buscam o conhecimento técnico, o entrosamento e a superação das dificuldades, conseguem alcançar os objetivos dos cursos, o significado das atividades e seus próprios anseios com méritos, competências e habilidades que muitas vezes vão sendo adquiridos e desenvolvidos no processo de execução dos trabalhos em equipe.
Aqui são apresentados meios para a comunicação, possibilidades concretas de resolução de possíveis problemas, exemplos de atividades já desenvolvidas, ambientes virtuais para o desenvolvimento dos trabalhos que são úteis tanto para alunos como para professores como orientador nos projetos de estudos.
Serve como modelo: de trabalhos realizados, de dificuldades e desafios superados e de dicas de ambientes para desenvolver trabalhos em equipe com sucesso.
Futuramente a idéia é desenvolver estudos que expliquem o porquê de os cursos na modalidade à distância ainda não são conhecidos até mesmo pelos internaltas.

Referências:
BRASIL. Lei Nº. 394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Diário Oficial da União, Brasília, 23 de dezembro de 1996, Seção 1, p. 27839. Disponível em
http://www.mec.gov.br/home/legislacao/default.shtm.
FERRARI. Márcio. O Teórico das Inteligências Múltiplas. Escola. Novembro de 2006. Páginas 13, 14 e 16.

12 de jun. de 2009

Concepção de Índio.


Acredito ser conveniente iniciar esta atividade enfocando uma situação real em que aconteceu com minha filha, no segundo ano do ensino médio, precisamente no mês passado (maio/2009). Na aula de filosofia, a professora falava sobre CULTURA, os alunos deveriam fazer um texto analisando os diferentes conceitos de CULTURA em suas diferentes concepções, mas minha filha levantou a mão e interrompeu a professora quando esta deu um exemplo: “Os povos indígenas que aqui viviam antes da colonização não possuíam cultura...”. Ouve uma acerrada discussão na aula entre aluna e professora, minha filha deu vários exemplos de cultura indígena e afirmou que eles possuíam a sua própria cultura. Resumo: Minha filha fez uma redação sobre as diferentes concepções de cultura, mencionou o exemplo da concepção errada de cultura da professora e apesar de ter feito uma redação digna de vestibular, sua nota no trimestre não foi compatível com seu desempenho, rendimento e aquisição de conhecimentos.
Este exemplo nos dá a idéia do que os brasileiros ainda pensam sobre os povos indígenas e o quanto é importante os professores construidores de conceitos precisam ter as informações necessárias ao exercício do magistério. Quão sério são os preconceitos e conceitos vividos por estas gerações descendentes de fatos históricos tão transformadores de consciência da e na sociedade.
“Estimativas demográficas apontam que por volta de 1500, quando da chegada de Pedro Álvares Cabral a terra hoje conhecida como Brasil, essa região era habitada pelo menos por 5 milhões de índios. Hoje, essa população está reduzida a pouco mais de 700.000 índios em todo Brasil, segundo dados de 2001 do IBGE. Falamos na interdisciplina de filosofia sobre a barbárie de Auschwitz que dizimou milhares de pessoas na segunda guerra mundial, assassinos produtos da civilização e ditos pessoas com cultura. O mesmo aconteceu durante a colonização do Brasil, milhares de índios mortos por que negaram-se a serem submissos e escravos de “um povo dominante pela barbárie de um povo civilizado e culto”. Hoje ainda continua esta dizimação, através das doenças e das políticas públicas excludentes que não chegam às comunidades indígenas. Comunidades excluídas à margem da sociedade. Chegaram aos índios todas as mazelas da civilização, mas, a eles não chegaram os recursos públicos, as políticas públicas, os movimentos de solidariedade, a cultura=conhecimentos que oportunizam a participação/transformação do indivíduo em consciência política transformadora da sociedade.
Sou natural de Tenente Portela, região noroeste do estado onde foi palco de vários fatos históricos envolvendo as tribos indígenas daquela região. Por ser perto da fronteira com a Argentina, durante as revoluções, guerra dos farrapos etc. Muitos índios foram mortos, alguns serviram ao exercito como escudo aos brancos por sua força física e conhecimento da região por meio das matas. Muitas tribos foram mortas por pura covardia em massacres, os índios não eram considerados gente e por onde os soldados passavam matavam as mulheres e crianças por pura diversão. Até hoje o conceito que os habitantes daquela região têm de índios, mesmo convivendo com eles, cruzando diariamente por eles nas cidades é que é um povo inferior em todos os aspectos, sem cultura, sem conhecimentos e dignos de desconfiança. Minha irmã é psicóloga e fez um trabalho desenvolvendo um projeto atendendo pacientes indígenas. Segundo ela é grande o número de suicidas, estupros às crianças e adolescentes nas tribos indígenas. Não há casos de casamentos entre os índios e pessoas de outras descendências. Ainda é assustador e exclusão e o preconceito em relação a estes povos.
Quanto a denominação índios X povos indígenas sou obrigada a discordar da
citação do texto sugerido para estudos nesta interdisciplina (OS INDIOS NO BRASIL
QUEM SÃO E QUANTOS SÃO. Texto extraído do Livro “O Índio Brasileiro: o que você precisa saber sobre os povos indígenas no Brasil de hoje” – Brasília, 2006. Autor: Gersen dos Santos Luciano – Baniwa. Site: http://www.trilhasdeconhecimentos.etc.br/) “Mas esta denominação é o resultado de um mero erro náutico. O navegador italiano Cristóvão Colombo, em nome da Coroa Espanhola, empreendeu uma viagem em 1492 partindo... Castigada por fortes tempestades, a frota ficou à deriva por muitos dias até alcançar uma região continental que Colombo imaginou que fossem as Índias,...” Segundo a biografia de Cristóvão Colombo, escrita por seu filho, Colombo saiu em busca de novos continentes por que acreditava que a terra era redonda e que além do mar existiam novos povos e novas terras. Quando Colombo chegou à América seu maior êxito foi em provar aos cientistas que ele estava certo. Tanto que seus inimigos devido à coragem de Colombo e sua ousadia e esperança, tentaram tirar o titulo de descobridor e que foi devido às suas esperanças que todas as gerações futuras teriam de lembrar de seu nome como o que provou que a terra é redonda. Aconselho que assistam o filme 1492 A Conquista do Paraíso, história do Brasil, baseado na biografia de Colombo escrita por seu filho Fernando segundo os relatos do pai. É um filme muito importante para se compreender muito da história de nosso povo índio, sua denominação, cultura, dizimação e todo o contesto histórico deste povo, pois, toda a história da descoberta das Américas e colonização estão diretamente ligadas as suas ações e reações enquanto povo que sempre lutou em preservar a sua própria cultura e consciência política na sua concepção. Os povos que aqui viviam foram chamados índios por que a idéia era descobrir novas rotas para se chegar as índias e como eles não tinham a menor idéia da origem do povo que eles encontraram aqui, batizaram-nos de índios por causa do destino final da viagem. Destino este que foi apenas motivo a principal idéia de Colombo que era provar que a terra realmente é redonda.
Muitas coisas devem ser feitas para mudarmos a nossa consciência e vermos os povos indígenas como uma de outras descendências, é impossível passar uma borracha na discriminação e violências às quais tem constituído a história dos índios, até porque estas formaram o que eles são hoje. Mas é possível criar políticas públicas e desenvolver consciências que um dia possam definir povo indígena=uma descendência, uma cultura. O fato de haver concursos exigindo uma das diferentes línguas indígenas para professores de escolas indígenas, já mostra a preocupação e movimento em prol do resgate de sua cultura e raízes enquanto povo que faz parte da comunidade brasileira.
Costuma-se generalizar povos indígenas desconsiderando a identidade étnica de cada tribo, as diferenças culturais entre eles denominando-os como sendo todos iguais. A discriminação desconsidera que eles possuam origens diferentes e bem distintas entre si, bem como seus costumes e culturas bem distintas. Trabalhar em sala de aula enquanto escola e professores as diferenças culturais dentro da etnia indígena mostra outra concepção de índio, um povo que sim possui cultura, costumes diferentes, opiniões e posições políticas e que só não foi dominante nas guerras e colonização por não possuírem armas e um caráter de extermínio, vaidade de posses e poder como os povos que aqui invadiram suas terras. Suas lutas sempre foram em prol de fender a sua gente e a sua cultura. Um povo forte arraigado às suas origens, a ponto de morrer em sua defesa. “... eles representam hoje o segmento indígena mais ativo e mais combativo na busca por reconhecimento e visibilidade política, buscando marcar posição e fronteira étnica que lhes garantam um espaço sociocultural e político num mundo que ilusoriamente se pretende cada vez mais mono cultural e global...” Eu diria e acrescentaria aos conceitos de identidade do SER ÍNDIO, que ser índio é ter uma personalidade forte jamais vista, única e diferente entre si, diferente entre tribos e isso é o que explica a força na luta por serem reconhecidos não como iguais aos outros povos com os mesmos direitos etc e tal, mas como indivíduos únicos, diferentes e originais, que querem ser reconhecidos pelo que são por suas verdades identidade e significados.

31 de mai. de 2009

CONHECIMENTO É INSTRUMENTO DE TRABALHO PARA O PROFESSOR


Neste semestre uma questão vem inquietando-me: O que fazer enquanto professora diante de crianças com dificuldades na aprendizagem? Muitas foram às discussões referentes às crianças de inclusão, como fazer a inclusão, como trabalhar com crianças com necessidades educativas especiais, como trabalhar questões étnicas raciais e por aí afora... Revoltas, posicionamentos e muitos debates.
No Projeto de Aprendizagem o qual sou integrante do grupo, tem como questão norteadora: Responsabilidades para se fazer a inclusão. Senti então a necessidade de correr atrás desse conhecimento que não só trará respostas, mas, a compreensão do meu fazer e de meu dever enquanto educadora.
Foi por interesse que baixei um livro da internet (Título: o Nascimento da Inteligência na Criança. Autor: Jean Piaget. Coleção: Plural, N.°0. 1971, Delachaux & Niestlé S.A.), mas, foi por acaso que hoje o reencontrei. Estou neste momento sem sinal da internet e senti a necessidade de rever os materiais que possuo guardados em arquivos off line (quem sabe encontro algo que eu possa estudar e aumentar os meus conhecimentos satisfazendo-me em minhas indagações). “Bingo!” Dia desses vi o título deste livro em outro que estou lendo e disse a mim mesma, tenho de ler este também. Para minha surpresa, o encontro agora em meus guardados virtuais.
As idéias desenvolvidas neste livro fazem parte das pesquisas de Piaget e completa com um estudo sobre a génese da imitação na criança, formação dos esquemas sensório-motores e no mecanismo de assimilação mental.
Em resposta ao nascimento da inteligência Jean diz que é evidente que “certos fatores hereditárias condicionam o desenvolvimento intelectual”. Os fatores são de ordem estrutural e estão ligados à constituição do nosso sistema nervoso e dos nossos órgãos dos sentidos. Ainda comprova que existe uma inteligência sensório-motora ou prática cujo funcionamento prolonga o dos mecanismos de nível inferior: reações circulares, reflexos, e mais profundamente ainda, a atividade morfogenética do próprio organismo.
Compreendi que muitas vezes quando as crianças têm dificuldade na aprendizagem é porque não possuem bem estruturados os conceitos e esquemas lá do período sensório motor. Quem sabe se voltarmos às atividades deste período com as crianças, nós professores conseguimos auxilia-las na estruturação de conceitos básicos, importantes na aquisição e desenvolvimento de novas aprendizagens. A questão é conseguirmos este tempo para nos dedicarmos às observações, estudos e atividades que farão com que estas crianças reconstruam suas estruturas cognitivas. Temos como fundamento o estudo da plasticidade neural, sabemos que se estimularmos e fizermos o caminho retrospectivo, podemos mudar o quadro do nível cognitivo nas crianças com dificuldade na aprendizagem.
Podemos explicar o surgimento da inteligência da criança através da pressão do meio exterior, imprimir pouco a pouco na mente da criança influenciando-a em seu desenvolvimento. Neste caso com o empirismo, se negligencia a atividade intelectual em favor da pressão dos objetos, mesmo assim não se pode negar que implica então uma harmonia preestabelecida entre as estruturas» do objeto e as do sujeito.
Também é possível dizer que a inteligência pela própria inteligência, isto é, podemos supor a existência de uma atividade estruturada desde o início, aplicando-se apenas a conteúdos cada vez mais ricos e complexos. Assim, existiria desde o plano fisiológico uma inteligência orgânica», que se prolongaria em inteligência sensório-motora e, no fim, em inteligência refletidora propriamente dita. Esta explicação vai, naturalmente, em paralelo com o vitalismo em biologia.
Em terceiro lugar, segundo as concepções apriorista, podemos considerar o desenvolvimento da inteligência como devido, não a uma faculdade que já está completada, mas à manifestação de uma série de estruturas que se impõem de dentro à percepção e à inteligência, à medida das necessidades que o contato com o meio provoca. As estruturas exprimiriam assim a própria contextura do organismo e das suas características hereditárias, o que torna inútil qualquer aproximação entre a inteligência e as associações ou hábitos adquiridos sob a influência do meio.
Em quarto lugar, a inteligência pode ser concebida como uma série de ensaios ou tentativas, inspiradas pelas necessidades e pelas implicações que delas resultam, mas selecionadas pelo meio exterior (tal como em biologia as mutações são endógenas, mas a sua adaptação é devida a uma seleção posterior). Esta interpretação pragmática da inteligência seria intermédia entre o empirismo da primeira e o apriorismo da terceira solução.
Por fim e em quinto lugar, podemos conceber a inteligência como o desenvolvimento de uma atividade assimiladora cujas leis funcionais são dadas desde a vida orgânica e cujas estruturas sucessivas que lhe servem de órgãos se elaboram por interação entre ela e o meio exterior.
Entretanto, em se tratando de processos mentais, a assimilação e a acomodação das percepções que num primeiro momento são contrárias, uma vez que a primeira permanece egocêntrica e a segunda é imposta pelo meio exterior, completam-se uma à outra à medida que se diferencia, a coordenação dos esquemas favorece o desenvolvimento da acomodação, e reciprocamente. É assim que desde o plano sensório-motor, a inteligência supõe uma união cada vez mais estreita da experiência com a dedução. É imprescindível que nós professores tenhamos pelo menos noção de como se processa e se desenvolve a inteligência em uma criança, para podermos trabalhar de forma a auxiliá-la na construção de novas aprendizagens ou até mesmo, em casos mais específicos, ser mediadora no processo de reorganização das estruturas cognitivas.