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20 de jun. de 2010

INFÂNCIA: A IDADE SAGRADA!

O que mais me chamou a atenção neste projeto de estágio, é que, fui à busca de respostas às minhas dúvidas com relação à oralidade e percebi que deveria não só trilhar outros caminhos que me remeteram às fases anteriores a que meus alunos encontram-se, como as que ainda não vivenciaram. Estudar qualquer fase do desenvolvimento humano nos leva a visualizar fases vividas e o SER HUMANO que ainda vai ser. Explico-me:


Evânia em seu livro “INFÂNCIA A IDADE SAGRADA”, pá. 13 e 14 nos faz perceber a importância de nós adultos na formação da personalidade e caráter de uma criança, no adulto que ainda vai ser, ou no adulto que é e a formação que obteve na infância. Ela nos faz compreender que o estado emocional de uma mãe, ainda na gestação, a ligação afetiva com o feto e posteriormente com seu bebê, interferem e determinam como será este indivíduo em suas futuras relações afetivas. Lembra-nos que o temperamento de uma criança é herdado e a personalidade e caráter que é formado a partir do que a criança receber, sentir e aprender em sua formação. Percebo ainda mais minha responsabilidade enquanto educadora na educação infantil, na fase de desenvolvimento em que as crianças encontram-se, justamente formando o seu caráter e sua personalidade. Meus alunos enquanto adultos serão o que nesta fase, os adultos que convivem com eles fizerem do ambiente físico (orgânico), emocional (afetivo), cognitivo (conhecimentos e aprendizagens). Quando tive de migrar para outros temas como o desenvolvimento da identidade, noções de corpo, relação com o outro, socialização, adaptação, imaturidade das estruturas cognitivas, percebi a complexidade de meu trabalho e a importância de trabalhar junto com os pais e a família nos esquemas que devem ser compreendidos na formação. “... a afetividade libera neurotransmissores que estimulam as conexões neurais, fundamentais ao desenvolvimento inicial do cérebro e ao amadurecimento da estrutura infantil”. Vejamos então, a importância de nossa relação com esta criança, que espera de nós muito mais do que ser cuidada em suas necessidades e construir aprendizagens, espera de nós a SUA FORMAÇÃO DE SER HUMANO. Freud, Evânia, 2009, pág. 23, já associava que a criança não nasce emocionalmente pronta e a relação direta dos vínculos familiares com as doenças mentais. Devemos enquanto educadores, trazer os pais a estas compreensões e desmistificar a educação infantil com os conceitos simplórios de cuidar e ensinar algumas coisas relacionadas ao comportamento e atitudes corretas. Recentemente fizemos uma pesquisa com alguns pais onde foi perguntado: O que eles esperam que a escola faça opor seus filhos¿ Na maioria das respostas à consciência de que desejam que seus filhos estejam bem cuidados e que a escola ensine a ter bons modos, foi resposta unânime.



REICHERT, Evânia. Infância A Idade Sagrada. Edições Vale do Ser. 2009. 2ª edição.

14 de jun. de 2010

*PARA HAVER INTERRELAÇÃO, É NECESSÁRIO QUERER

Entre uma observação e outra referente ao aumento da linguagem das crianças que foram minha inspiração para este projeto de estágio, as mudanças visíveis de comportamentos, socialização, adaptação e desinibição nas interrelações, posso acrescentar algumas novas aprendizagens, como por exemplos, as percepções e distinções das cores e consciência de um mundo fora de si mesmos. As crianças estão aumentando o nível de percepção dos fatos acontecendo em seu meio. Nas conversas e descrições de situações que acontecem em casa, como, o pai interessado nos jogos da copa, as alegrias, vibrações, ter que falar a respeito de, tem estimulado um movimento de acomodar as informações captadas, bem como comparar com o que os colegas tem contribuído nas conversas e somar com o que as professoras estão trazendo como informações, junta isso as próprias conclusões e temos aprendizagens, novos conhecimentos e mudanças na forma com que as crianças estão se relacionando em grupo. Tenho visto o V. brincar e se expressar fazendo sentido, alegria, tristeza, desapontamentos e satisfações. Percebi ele cantando e falando, mesmo que por imitações nas músicas, sílabas que antes ele não pronunciava. Tenho observado a T. brincar com a M. S. e rindo sozinha por ter uma amiga. Está no nível em que brinca apenas com uma coleguinha e não aceita a intervenção de mais ninguém, como se a amiguinha fosse sua posse. Mas, comunica-se, inventa, representa. Quando percebe que estou observando, ri escondidinha, feliz de estar vivendo a escola. Antes de iniciar o projeto de estágio cheguei a pensar em traços de autismo e hoje, observo uma criança interagindo e tendo consciência desta mudança. Percebo que ela tem esta consciência pela forma que ela reage quando vê que estou analisando. Sei que ela sabe o que está acontecendo, que está mudando e interagindo com os colegas. Imagino também que, quando ela se isolava e até mesmo não se comunicava com ninguém, também tinha esta consciência e por isso era uma criança reprimida e não sorria.


Para LEVY JR. (1973, p. 60), “em estado de isolamento social, o indivíduo não é capaz de desenvolver um comportamento humano, pois este deve ser aprendido ao longo de suas interações com os grupos sociais”.

Constatei, também, que é necessário uma permissão da criança para ela “se abrir”, “dar margem”, querer interagir. Enquanto a criança não se permite a socialização não acontece. É necessário dizer sim. À medida que meus alunos foram aceitando ouvir, responder, fazer parte de e permitir que os outros façam PARTE DE SEU MUNDO, foram crescendo nas situações que os conceituam como indivíduo social.

4 de jun. de 2010

* POR QUE AS CRIANÇAS DIZEM: ''EU FAZI, VAMOS COMPRAR CHAPÉIS, EU SABO, ETC.?

Nesta oitava semana de estágio, tivemos uma evolução significativa em relação ao desenvolvimento da linguagem no aluno ''V"(menino que usava a palavra mãe para tudo). Ele está feliz, diverte-se por descobrir que pode dizer algo em que outras pessoas esperam dele esta atitude. Ainda fala balbuciando sons incompreensíveis, mas, com uma certa insistência, decifráveis. Passou de um estágio egocêntrico para uma linguagem socializadora. "Segundo Piaget, o elo entre todas as características específicas da lógica das crianças é o egocentrismo do pensamento infantil". Percebi que devido as atividades, todas de movimento, as crianças ampliaram a noção de espaço e a relação com este, com certeza esta função é um dispositivo para o desenvolvimento e ampliação da linguagem. Percebo as crianças usarem palavras que aparentemente são erradas"para nós adultos: fazi, sabo, comei tudo, etc. Li no livro DESENVOLVIMENTO DA LINGUAGEM, ULBRA, 2008, que é a referência para toda e qualquer citação neste texto, que esta linguagem da criança em fase de aquisição, deve-se ao pricípio do processo analógico e afirma que o falante tende a tornar regular os verbos irregulares da língua. aos poucos a criança percebe que a linguá tem estruturas e regras que a regem e vai ampliando essas normas em sua fala. ''Estes ''erros", escondem uma bela linha de raciocínio linguístico". Para Vigotski, pág: 77, referência acima, ''Uma das principais fontes de motivação para aprender uma língua, é "ter de se virar". o aluno tem que ter a necessidade de se comunicar". E isso que está acontecendo com as crianças da minha turminha. Tenho conversado com os pais e estimulado esta prática, bem como na escola.


Na rodinha tivemos uma surpresa agradável: A KIKA está com uma aparência bem feminina, inconfundível, com roupas bonitas etc. Tenho usado ela como recurso para trabalhar competências e habilidades e transmitir o que desejo para meus alunos. tem dado muito certo, pois, riram muito ao contar os dedinhos da KIKA. fascinados pelo movimento de esconder e aparecer para quantificar. Depois fizeram o mesmo com os dedinhos de suas mãos. Há alguns alunos que contam até dez, claro que ainda construindo a noção de quantidade, pois, dizem a sequência dos números, sem necessariamente dois ser dois dedinhos, mas, qualquer quantia.

1 de jun. de 2010

Observações à respeito do desenvolvimento da linguagem!


Interessante: O KIKO virou KIKA, pois, temos diferentes olhares para um mesmo objeto!

O KIKO era um boneco que minha turminha de dois anos está construindo, com o objetivo de desenvolver o conceito de corpo humano. Cada dia, um aluno leva-o para casa para acrescentar alguma coisa que acha importante. Ele já se transformou em KIKA. As crianças foram acrescentando uma coisinha aqui outra coisinha ali e hoje é uma menina.

A criança olha o objeto de forma diferente uma da outra, de acordo, com maturidade. Como, meus alunos na faixa etária de 2 anos, têm como característica o egocentrismo e centralização, cada criança que levar o boneco para casa, é bem provável, que o veja com o sexo que possui: meninas interpretaram o boneco como menina e meninos como menino.

Nesta sétima semana trabalhamos mais em atividades de movimento e expressão corporal. Fizemos o mural de músicas que terá continuidade, pois as colegas querem um significativo , álbum de músicas. Este será doado para a biblioteca para ser utilizado como recurso por toda a escola. Por causa de atividades que mexeram mais com as emoções e expressão destas, percebi as crianças mais agitadas e fiquei mais cansada na sétima semana. Gostaria até de um respaldo neste sentido, pois, as crianças demonstraram não obedecer com tanta facilidade. O livro DESENVOLVIMENTO DA LINGUAGEM HUMANA, ULBRA, 2008, diz que: "Quando uma criança atinge um estágio em que já deveria estar se comunicando verbalmente, mas, não consegue, ela fica irritada, pois seu mundo está completamente bagunçado". Nas atividades, exige-se uma resposta comunicativa das crianças e isso tem deixado elas, mais agitadas.

Gostam muito de fazer atividades de produções e ficam eufóricas quando veem o que são capazes de fazer. Isso porque super-valorizo com molduras e atribuindo utilidades aos trabalhinhos delas, fazendo móbiles, ornamentos para a sala de aula e enfeites para objetos e outros ambientes. E, nesta sétima semana fizemos muitos trabalhinhos para o álbum. Mas,definitivamente fiquei exausta em chamar a atenção das crianças e eles acharem tudo muito divertido. Saldo disso é que são felizes na escola. Devo dizer também que, a diretora de minha escola, me inscreveu para apresentar meu trabalho feito até então na minha turminha, no X Fórum de Educação de NOVO HAMBURGO, fiquei muito feliz pelo reconhecimento de um trabalho feito com muito amor.
Tenho usado muito a referência citada acima, pois, tenho aprendido bastante, de forma direta em tempo real, uma resposta teórica para as dúvidas em minha prática. Como por exemplo, a teoria de Vigotski, de que, "só começamos a falar quando se inicia o processo de internalização da ação e do diálogo juntos", ou seja, a criança precisa ter estruturas cognitivas para a compreenção entre a linguagem verbal como símbolo para a sua expressão. tenho aprendido que a linguagem verbal acontece quando a criança precisa se comunicar com o outro, para tanto, o adulto deve falar de forma clara e com palavras que fazem sentido e quanto maior os estímulos, mais rápido, uma criança aprende a falar. Por isso a importância de nós professores, termos certas noções teóricas para auxiliar as crianças em seu processo de desenvolvimento.