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14 de jun. de 2010

*PARA HAVER INTERRELAÇÃO, É NECESSÁRIO QUERER

Entre uma observação e outra referente ao aumento da linguagem das crianças que foram minha inspiração para este projeto de estágio, as mudanças visíveis de comportamentos, socialização, adaptação e desinibição nas interrelações, posso acrescentar algumas novas aprendizagens, como por exemplos, as percepções e distinções das cores e consciência de um mundo fora de si mesmos. As crianças estão aumentando o nível de percepção dos fatos acontecendo em seu meio. Nas conversas e descrições de situações que acontecem em casa, como, o pai interessado nos jogos da copa, as alegrias, vibrações, ter que falar a respeito de, tem estimulado um movimento de acomodar as informações captadas, bem como comparar com o que os colegas tem contribuído nas conversas e somar com o que as professoras estão trazendo como informações, junta isso as próprias conclusões e temos aprendizagens, novos conhecimentos e mudanças na forma com que as crianças estão se relacionando em grupo. Tenho visto o V. brincar e se expressar fazendo sentido, alegria, tristeza, desapontamentos e satisfações. Percebi ele cantando e falando, mesmo que por imitações nas músicas, sílabas que antes ele não pronunciava. Tenho observado a T. brincar com a M. S. e rindo sozinha por ter uma amiga. Está no nível em que brinca apenas com uma coleguinha e não aceita a intervenção de mais ninguém, como se a amiguinha fosse sua posse. Mas, comunica-se, inventa, representa. Quando percebe que estou observando, ri escondidinha, feliz de estar vivendo a escola. Antes de iniciar o projeto de estágio cheguei a pensar em traços de autismo e hoje, observo uma criança interagindo e tendo consciência desta mudança. Percebo que ela tem esta consciência pela forma que ela reage quando vê que estou analisando. Sei que ela sabe o que está acontecendo, que está mudando e interagindo com os colegas. Imagino também que, quando ela se isolava e até mesmo não se comunicava com ninguém, também tinha esta consciência e por isso era uma criança reprimida e não sorria.


Para LEVY JR. (1973, p. 60), “em estado de isolamento social, o indivíduo não é capaz de desenvolver um comportamento humano, pois este deve ser aprendido ao longo de suas interações com os grupos sociais”.

Constatei, também, que é necessário uma permissão da criança para ela “se abrir”, “dar margem”, querer interagir. Enquanto a criança não se permite a socialização não acontece. É necessário dizer sim. À medida que meus alunos foram aceitando ouvir, responder, fazer parte de e permitir que os outros façam PARTE DE SEU MUNDO, foram crescendo nas situações que os conceituam como indivíduo social.

Um comentário:

Anice - Tutora PEAD disse...

Olá, Elisângela:

Infelizmente, muitos costumam ficar presos às primeiras impressões. Este caso da menina demonstra abertura e atenção de tua parte. Não rotulaste e tentaste desenvolver o potencial da aluna. Hoje estás podendo perceber a evolução desta.

Grande abraço, Anice.