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17 de abr. de 2009

ASSIMILANDO AS DIFERENÇAS



Desejo iniciar esta reflexão observando que acredito na teoria da Criação, tenho plena convicção nesta teoria e para mim ela se explica e explica exatamente tudo, ao contrário do que dizem as pessoas que acreditam na teoria da evolução e outras.
Assunto como a origem do universo, a origem da vida etc, tenho trabalhado com as crianças levando em consideração aspectos como a idade, a linguagem e o conhecimento que a criança já possui. Quais suas crenças? Respeitando sempre as opiniões divergentes da minha e assim ensinando aos alunos o respeito às diferenças culturais e pensamento de cada um. Claro que abordo todas as teorias e deixo-os formarem opinião. Cada criança tem a liberdade de construir e formar suas próprias crenças em relação a assuntos filosóficos.
Para mim, o respeito e o cultivo da diferença são fundamentais em meu trabalho. Para tanto é preciso respeitar a história de vida de cada criança, seu conhecimento, sua sensibilidade, seus valores produzidos na convivência cotidiana e nas inter-relações na comunidade. Se ensinar fosse fazer os alunos imitar o que lhe é ensinado, todos faríamos as mesmas coisas, caminharíamos do mesmo jeito, riríamos da mesma forma etc. Cada pessoa é única, diferente e original, aí está a riqueza de ser gente. Para que nossos alunos se tornem autônomos, livres, responsáveis e emancipados, eles precisam se apropriar da cultura da comunidade onde vivem, e ao mesmo tempo, desenvolver condições individuais para que o sujeito possa interferir no mundo, na construção da história e na melhoria das condições devida. É preciso respeitar e cultivar as diferenças para que as pessoas possam se tornar livres. Os seres humanos são diferentes uns dos outros e quando a cultura dos estudantes é desrespeitada, negam suas origens geopolíticas, étnicas e sociais com todas as suas contribuições e história.
Vimos no texto de Ana Maria Petersen, Maria Aparecida Bergamaschi e Simone Valdete dos Santos que “Há uma tendência muito forte na sociedade ocidental em não reconhecer as diferenças étnicas dos povos indígenas”, acredito que nós em sala de aula, de certa forma, também cometemos esta falha. É muito recente ao estudarmos as origens do povo brasileiro, damos ênfase ou destaque necessário a nossa origem indígena. Até mesmo em um grupo de amigos, dizemos que nossos avós são de origem italiana, alemã ou quaisquer menos que também descendem dos negros e dos índios que aqui viviam. As autoras descrevem como trabalhamos nas escolas a semana que comemoramos o dia do índio. Realmente é assim que acontece. Neste ano, confesso que minha abordagem foi diferente e em nada se pareceu com as dos anos anteriores. Neste ano refletimos sobre o preconceito e sobre todas as origens do povo brasileiro. Sim estudamos o quanto os índios foram marginalizados durante toda a história e as crianças formaram opiniões e conceitos em relação aos fatos marcantes de discriminação e violências vividos pelos indígenas. Não nos caracterizamos de índios por que entendi que esta atitude reforça a marginalização.
Por outro lado as crianças entrevistaram seus familiares em busca de informações sobre suas origens. De que regiões do Brasil e do estado vieram, os costumes de seus antepassados, roupas, comida, em que trabalhavam e como era a vida quando seus pais e avós eram crianças. Acredito que este resgate histórico familiar se confunde com a história da comunidade e consequentemente da sociedade como um todo.
Algumas crianças trouxeram dados bem interessantes que se assemelham a própria história do povo brasileiro. As crianças puderam compreender que a história (disciplina) que estudam na escola, nada mais é que fatos históricos de também suas famílias.

obs: Postagem atrasada e refere-se a 1ª semana na planilha de acompanhamento).

Um comentário:

Anice - Tutora PEAD disse...

Olá, Elisângela: Gostei bastante da parte que comentas sobre a mudança na tua prática. Com certeza, a modificação da tua postura vai influenciar no aprendizado dos alunos que terão mais motivação para entender melhor suas histórias. Abração, Anice.