Total de visualizações de página

29 de set. de 2009

*CONVERSANDO COM SURDOS


Não conheço nenhuma pessoa totalmente surda. A minha sogra tem um grau de deficiência auditiva e para escutar bem precisa usar aparelho. No entanto nem acha tão necessário assim e praticamente não faz uso do aparelho preferindo que as pessoas tenham que falar mais alto do que precisam e repetir as coisas ditas a ela.
Minha opinião sobre surdos é a mesma que tenho sobre qualquer desafio que qualquer pessoa tem que enfrentar em relação a tudo na vida. Acredito que os surdos que tenho visto no dia a dia nos ônibus e em lugares públicos são bem resolvidos quanto a sua diferença. Esta semana mesmo eu encontrei uns 10 jovens surdos dentro do ônibus indo à Gravataí, talvez para a aula ou algum curso, não perguntei. Porém conversando com eles através da linguagem de sinais (muito pouco o que aprendi nesta interdisciplina até agora), ele me perguntou se no outro dia eu pegaria o mesmo ônibus, isso significa que a rotina deles é sempre a mesma. Pedi que me ensinassem e à princípio não se mostraram dispostos. No entanto disse a eles que eu era professora, que estava no início de um curso de libras e aí então foram bastante cordiais e pacienciosos. Tinham que repetir os sinais várias vezes para que eu pudesse entender e eu de minha parte usava o alfabeto manual. O mais interessante foi a sensação de ser muito fácil a comunicação com eles e me perguntei por que nunca havia passado por esta experiência antes. Como temos medo do que não conhecemos. Acho que deveríamos divulgar muito mais a cultura surda, pois, perdemos muito em não agir com naturalidade e interagir como qualquer diferença que todos possuímos. A impressão que tenho é que nós que escutamos temos mais limitações que eles e somos mais “deficientes” que os surdos porque eles comunicam-se com muito mais eficiência do que nós e podem fazer qualquer atividade, porém nós que ouvimos nem sempre nos entendemos na comunicação e somos muito mais limitados. Particularmente estou apaixonada pelas descobertas nesta interdisciplina e tenho intenção de fazer mais cursos para trabalhar como professora nesta área.
Os aspectos da cultura que deveriam ser mais divulgados são suas práticas sociais e competências e habilidades profissionais, pois, as pessoas que não são surdas não têm noções destas e por isso ficam alheias e ignorantes por constrangerem-se em não poder comunicar-se com eles. Caso tivessem mais informações assim como estamos tendo nesta interdisciplina, sentiríamos vergonha por não ter iniciado estas relações com os surdos que tanto significam um movimento em construção para uma humanidade mais humana.

Um comentário:

Anice - Tutora PEAD disse...

Olá, Elisângela! Que legal essa tua aproximação com os surdos no ônibus! Que bom que estás motivada e com interesse em superar-se. Abraço, Anice.