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15 de set. de 2009

* EJA



Realizamos uma atividade em grupo na interdisciplina de EJA. Meu grupo é formado por mim e as colegas: Sabrina, Jaqueline, Liege e Adriana (Grupo 1).
Nesta atividade foi feita a leitura do parecer com as diretrizes e bases para a educação de jovens e adultos.
Esta atividade foi particularmente muito interessante de ser realizada, pois, não tínhamos experiência com a EJA (Educação de Jovens e Adultos). O que pensávamos como verdades a respeito desta modalidade de ensino foi aos poucos dando lugar a reflexões mais profundas e baseadas agora na teoria. Tivemos de reformular nossos conceitos e encararmos a EJA com a devida importância já que tem como alunos jovens / adultos excluídos de uma ou outra forma da sociedade. Jovens que têm que retornar aos estudos por que o mercado de trabalho exige uma melhor qualificação. Nem sempre a qualificação para o trabalho é o motivo para a volta à escola, algumas donas de casa que não terminaram o ensino fundamental na idade regular, vêem nos estudos uma oportunidade de reconstruírem sua auto-estima resgate de sua formação pessoal. Os filhos já estão crescidos e exigem dos pais uma maior formação cultural. Outros ainda têm que retornar à escola por exigência do conselho tutelar, determinação judicial, etc. São em geral alunos que já sofreram diversas formas de discriminação e não fazem parte de uma comunidade ativa nas transformações sociais.
Para esta modalidade de ensino se faz necessária diferentes abordagens e até mesmo conteúdos. Deve-se levar em consideração que os alunos já possuem experiências e uma bagagem cultural, embora única, que faz parte das mesmas discriminações e preconceitos da sociedade que cada vez mais exclui ao invés de proporcionar oportunidades de interesses destes grupos carentes de uma identidade social.
O que se constata é cada vez mais os jovens adultos populares estão mais excluídos segregados e estigmatizados e não estão através da educação sendo inseridos na sociedade. Pesquisas mostram que a proposta da EJA não teve os resultados esperados (Miguel Arroyo, 2008- 67ª Plenário do Fórum Mineiro de EJA). Estes jovens não têm perspectivas de vida, não há trabalho para eles e não estão tendo oportunidade de formação profissional. Os alunos da EJA ainda estão carentes de políticas nacionais de integração, de participação no trabalho, na riqueza, na cultura e no conhecimento.
“... poderia se ampliar para uma educação que vise à inserção mais critica do cidadão no mundo do trabalho?...” (Denise). Quem trabalha com estes jovens deveria ter bem clara a realidade em que vivem, seus objetivos e, traçar projetos de trabalho que os levam a compreender, analisar e também construir planos de ação. Estes, quando trabalhadores, atuam no mercado informal sem nenhuma segurança que lhes garanta sentir-se parte da engrenagem que tem os direitos e assistências garantidas por leis. Devem-se evitar discursos do futuro, para estes, o futuro é muito distante e o presente é maior do que conseguem administrar. “Quando viver significa ter o que comer e até estas bases são incertas, incertezas invadem seu viver”. Os currículos não foram elaborados para estas situações, ainda repetem uma idéia de família feliz, tradicional e empregos seguros. Ou seja, uma fantasia oposta à realidade dos alunos da EJA. Trata-se de oferecer conhecimentos que lhas respondam às suas indagações, que lhes permita pensar neles indivíduos num coletivo, que lhes dê mais opções na forma de trabalho em que atuam, “fortalecer trabalhadores com consciência, conhecimento e saber”.
Seria possível imaginar outras formas de organização e, portanto, de processos tanto de produção no trabalho quanto na escola, através da consciência e estudos baseados em Movimentos Populares. Alunos da EJA com uma consciência coletiva, analisando, projetando e atuando nas transformações sociais.


Referências:
ARROYO, MIGUEL. Balanço da EJA. O que mudou nos modos devida dos Jovem-adultos populares?
Veja:
http://forumeja.org.br/go/files/Balan%C3%A7o%20da%20EJA%20-%20Arroyo.pdf
http://groups.google.com/group/parecer-CEB-11-2000-grupo-1?hl=pt-BR
Parecer CEB no 11/2000 – Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação de Jovens e Adultos . Relator: Carlos Roberto Jamil Cury
http://pead.faced.ufrgs.br/sites/publico/eixo7/eja/links.htm

Um comentário:

Anice - Tutora PEAD disse...

Olá, Elisângela: Me parece mesmo que o passo principal é entender esta realidade, não é mesmo? Quem trabalha com estes jovens ou com pessoas com experiências semelhantes tem que saber como são essas vivências para ter uma abordagem mais eficaz! Abraço, Anice.